sexta-feira, junho 03, 2011

Evangelho do Dia

JOÃO 16:20-23

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
20“Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. 21A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo.
22Também vós agora sentis tristeza, mas eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. 23aNaquele dia, não me perguntareis mais nada”.

Hoje nós começamos a Novena do Espírito Santo. Revivendo o Cenáculo, vemos a Mãe de Jesus, Mãe do Bom Conselho, conversando com os Apóstolos. Que diálogo tão cordial e tão pleno! A recordação de todas as alegrias que tiveram ao lado do Mestre, os dias pascoais, a Ascenção e as promessas de Jesus. Os sofrimentos dos dias da Paixão se converteram em alegrias. Que belíssimo ambiente no Cenáculo! E quanta beleza está sendo preparada, como Jesus lhes prometeu.
Nós sabemos que Maria, Rainha dos Apóstolos, Esposa do Espírito Santo, Mãe da Igreja nascente, nos guia para receber os dons e os frutos do Espírito Santo. Os dons são como a vela desdobrada de uma embarcação e o vento "que representa a graça" está a seu favor: que rapidez e facilidade no caminho!
O Senhor nos promete também, em nossa rota, converter as fadigas em alegria: "ninguém poderá tirar a vossa alegria" (Jo 16, 22). E no Salmo 126,6: "Quando vai, vai chorando, levando a semente para plantar; mas quando volta, volta alegre, trazendo seus feixes".
Durante toda esta semana, a liturgia nos fala de rejuvenescer, de exultar (pular de alegria), da felicidade segura e eterna. Tudo nos leva a viver de oração. Como nos diz São Josemaria: "Quero que estejas sempre contente, porque a alegria é parte integrante de teu caminho.  Pede essa mesma alegria sobrenatural para todos".
O ser humano necessita sorrir para ter boa saúde física e espiritual. O humor sadio ensina a viver. São Paulo nos dirá: "Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8, 28). Eis aqui uma boa jaculatória: "Tudo é para o bem!"; "Omnia in bonum!"

Entrevista: A Prática dos Exorcismos.

 Não Acreditar no Demônio, não o protegerá dele.

A existência do demônio é um grande chamado a pensarmos na existência de Deus, sem o qual aquele não existiria. Entre os elementos que ocorrem nos casos de manifestações demoníacas trazidos pelos filmes estão: o falar palavras em línguas desconhecidas, a manifestação de coisas distantes ou ocultas, superioridade de força em relação à idade ou condições físicas, aversão a Deus, a Virgem Maria, aos demais santos e à Igreja. Leia mais nesta entrevista com o Padre Demétrio Gomes da Silva.

Padre, o exorcismo é um tema que exerce fascínio entre as pessoas e sempre explorado pelo cinema, que abusa dos "sustos" como forma de garantir a audiência. O que é o exorcismo?
Padre Demétrio Gomes: O exorcismo é uma ação litúrgica – propriamente um sacramental – utilizada, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, quando a Igreja pede publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a ação do maligno e subtraído ao seu domínio. A prática dos exorcismos foi iniciada na Igreja pelo seu próprio Fundador, e nela esteve presente ao longo de toda sua existência. Foi o mesmo Senhor quem deu aos apóstolos o poder de expulsar os espíritos imundos, afirmando que, entre os sinais que os acompanhariam os que creem, estaria a expulsão dos demônios (cf. Mt 16,17).

Atualmente os exorcismos podem ser classificados como públicos e privados. Os primeiros são aqueles administrados em nome da Igreja, por uma pessoa legitimada e segundo os ritos previstos; em caso contrário, são privados. Também como solenes e simples. Os exorcismos solenes são aqueles previstos para os casos de possessão ou obsessão diabólica; já os simples são aqueles que estão integrados dentro de outros ritos, como os do catecumenato ou do batismo.

Em linhas gerais, qual é a posição da Igreja para reconhecer a necessidade de um exorcismo? Quem pode ministrá-lo?
Padre Demétrio Gomes: Como afirmou, certa vez, o Papa Bento XIV, na Carta Sollicitudini, de 1745, essa necessidade se dá quando o exorcista possui uma certeza moral de que o exorcizando esteja realmente atormentado pelo demônio. Essa certeza moral é atingida quando se emprega todos os meios prudenciais para certificar-se de que não se trata de algum fenômeno de ordem puramente natural.

O exorcismo solene, tal como está previsto no Ritual de Exorcismos, só pode ser realizado por um sacerdote e com a devida licença do Bispo diocesano, que pode concedê-la, como indica o Código de Direito Canônico, a um presbítero piedoso, douto, prudente e com integridade de vida.

Psiquiatria, psicologia e neurologia hoje diagnosticam e oferecem tratamento para muitos transtornos antes encarados como possessão demoníaca. Esses aspectos são considerados pela Igreja na avaliação dos casos em que se suspeita de possessão? Quando o exorcismo é descartado?
Padre Demétrio Gomes: Para evitar uma tendência a considerar todos os eventos aparentemente extraordinários uma intervenção do demônio, o próprio Ritual de Exorcismos indica que, antes do uso deste sacramental, o exorcista deve manifestar a máxima prudência, não crendo facilmente que alguém esteja possesso, pois não se descarta, a princípio, a existência de alguma doença, sobretudo, de ordem psíquica. Neste sentido, o exorcista, sempre observando o sigilo da confissão, poderá recorrer aos peritos em ciência médica e psiquiátrica para avaliação de cada caso. Se ficar comprovado que o fenômeno é, de fato, de ordem natural, não deverá ser realizada a celebração do exorcismo.

Agora, a Igreja está atenta a outro extremo. Àquela postura dos que consideram que o demônio não intervém na vida dos homens, tentando reduzir a intervenção dos espíritos malignos a fenômenos meramente psíquicos ou paranormais. Também o Ritual de Exorcismo alerta sobre essa questão, solicitando a atenção aos artifícios e fraudes usadas pelo diabo para enganar a pessoa, para convencer o possesso a não se submeter ao exorcismo, afirmando tratar-se de doença natural. Aliás, esta é uma das grandes vitórias do demônio: fazer acreditar que ele não existe ou que não atua na história dos homens de hoje.

Infelizmente, pode acontecer, como notou certa vez o exorcista de Roma, padre Gabriele Amorth, de muitos sacerdotes aderirem a esta segunda postura e acabarem se descuidando do tremendo dever de caridade que têm de atender a estas pessoas atormentadas pelo demônio, afirmando, sem uma diligente investigação, tratar-se de algum fenômeno psicológico.

Avaliando, de forma mais direta, três filmes que abordam o Exorcismo: "O Exorcista", "O exorcismo de Emily Rose" e "O Ritual", mais recente, em quais pontos (de forma geral) essas obras apresentam conteúdo fidedigno ao Exorcismo na Igreja e em quais se distanciam?
Padre Demétrio Gomes: Sobre os três filmes citados, pode-se dizer que abordam conteúdos reais ocorridos realmente nos exorcismos, acrescentados com toques cinematográficos para torná-los mais “palatáveis” aos apreciadores do gênero. Entre os elementos que ocorrem nos casos de manifestações demoníacas trazidos pelos filmes estão: o falar palavras em línguas desconhecidas, a manifestação de coisas distantes ou ocultas, superioridade de força em relação à idade ou condições físicas, aversão a Deus, a Virgem Maria, aos demais santos e à Igreja. Não é difícil encontrar esses elementos nos filmes citados, o que certamente revela que houve um mínimo de preocupação por parte dos diretores por investigar os casos de exorcismo na Igreja. Aliados a estes conteúdos aparecem também outras imprecisões, que certamente passarão despercebidas pelo público geral. Penso, por exemplo, no último exorcismo do filme “O Ritual”, no qual o seminarista – ou diácono? – aparece realizando as funções próprias e exclusivas de um sacerdote na celebração do exorcismo maior. Apesar dessas e outras imprecisões, penso que esses filmes trazem muito mais semelhanças com o real do que cenas fantasiosas.

Algo nesses filmes chamou sua atenção ou surpreendeu?
Padre Demétrio Gomes: Em minha opinião, existe uma característica comum a esses filmes citados – sobretudo aos dois últimos – que me parece digna de ser mencionada. Mesmo estando elencados na categoria “terror”, não diria que são filmes propriamente desse gênero. Sem dúvida alguma, contêm cenas assustadoras, que nos permitem vislumbrar o quão extraordinariamente podem manifestar-se as forças infernais. Porém, vejo estes filmes como um grande convite ao telespectador a enfrentar-se diante de uma pergunta fundamental: “Será que tudo o que existe se esgota nesta realidade que conhecemos pelos nossos sentidos?”. Parece-me que estes filmes proporcionam um grande apelo a abrir-nos ao sobrenatural, a descobrirmos que existe uma realidade que nos rodeia e ultrapassa aquilo que podemos captar com nossos sentidos, sem ferir, contudo, a nossa razão natural. A existência do demônio – tônica desses filmes – é um grande chamado a pensarmos na existência de Deus, sem o qual aquele não existiria. No fundo, subjaz – talvez inconscientemente – algo bem semelhante ao argumento filosófico utilizado por Santo Agostinho de Hipona, que apontava para a existência de Deus – o Bem – a partir da existência do mal, já que este consiste na privação do bem.

Estas características aparecem em algumas frases que chamam bastante a atenção do atento telespectador. Cito, por exemplo o trecho da Carta de São Paulo, que aparece na lápide do túmulo Emily Rose, ao final do filme sobre essa pessoa: “Trabalhai pela vossa salvação com temor e tremor” (Fil 2,12). E outra do filme “O Ritual”, que é uma frase do padre Lucas, personagem de Anthony Hopkins para o jovem seminarista Michael Kovak: “Escolher não acreditar no demônio não te protegerá dele.” Uma excelente exortação aos homens de nosso tempo, que pretendem banir toda a alusão a Deus da esfera pública. A presença do mal no mundo, paradoxalmente, é uma manifestação patente de que Deus existe.

Termino lembrando umas palavras tomadas dos escritos de Santa Teresa de Jesus bastante confortadoras diante do temor que pode surpreender-nos ao tratar deste tema: “O demônio teme uma alma unida a Deus, como teme o próprio Deus.” É por isso que o sacramento da penitência – mais importante que os exorcismos, que são apenas sacramentais – é tão temido pelo demônio, pois aumenta a união do fiel a Deus. Infelizmente, é um dos sacramentos mais negligenciados de nosso tempo…

Fonte: Site Canção Nova.

SANTO DO DIA

Santa Clotilde
Clotilde nasceu em Lion, França, no ano 475, filha do rei ariano Childerico de Borgonha. Mais tarde, o rei, junto com a esposa e três dos seus cinco filhos, foi assassinado pelo próprio irmão, que lhe tomou o trono. Duas princesas foram poupadas, uma era Clotilde.
A menina foi entregue a uma tia, que a educou na religião católica. Cresceu muito bonita, delicada, gentil, dotada de grande inteligência e sabedoria. Clodoveu, rei dos francos, encantou-se por ela. Foi aconselhado pelos bispos católicos do seu reino a pedir a mão de Clotilde. Ela aceitou e tornou-se a rainha dos francos.
Ao lado do marido, pagão, irrascível, ambicioso e guerreiro, Clotilde representava a gentileza, a bondade e a piedade cristã. Imbuída da vontade de fazer o rei tornar-se cristão, para que ele fosse mais justo com seus súditos oprimidos e parasse com as conquistas sangrentas, ela iniciou sua obra de paciência, de persuasão e de bom exemplo católico.
Clodoveu, de fato, amava muito a esposa. Com ela teve três herdeiros, que, infelizmente, herdaram o seu espírito belicoso. Não se importava que Clotilde rezasse para seu Deus, em vez de ir ao templo pagão levar oferendas aos deuses pagãos, quando partia e voltava vitorioso dos combates. Por outro lado, apreciava os conselhos do bispo de Reims, Remígio, agora santo, que se tornara confessor e amigo pessoal da rainha. Com certeza, a graça já atuava no coração do rei.
Foi durante a batalha contra os alemães, em 496, que ele foi tocado pela fé. O seu exercito estava quase aniquilado quando se lembrou do "Deus de Clotilde". Ele se ajoelhou e rezou para Jesus Cristo, prometendo converter-se, bem como todo o seu exército e reino, se conseguisse a vitória. E isso aconteceu.
Clodoveu, ao vencer os alemães, unificou o reino dos francos, formando o da França, do qual foi consagrado o único rei. Pediu o batismo ao bispo Remígio, assistido por todos os súditos. Em seguida, todos os soldados do exército foram batizados, seguidos por toda a corte e súditos. Ele tornou a França um Estado católico, o primeiro do Ocidente, em meio a tantos reinos pagãos ou arianos.
Clotilde e Clodoveu construíram a igreja dos Apóstolos, hoje chamada de igreja de Santa Genoveva, em Paris. Mas logo depois Clodoveu morreu. Pela lei dos francos, quando o rei morria o reino era dividido entre os filhos homens, que eram três.
Foi então que começou o longo período de sofrimento da rainha Clotilde, assistido por todos os seus súditos que a amavam e a chamavam de "rainha santa". Os filhos envolveram-se em lutas sangrentas disputando o reino entre si, gerando muitas mortes na família. Então, Clotilde retirou-se para a cidade de Tours, perto do sepulcro de são Martinho, para rezar, construir igrejas, mosteiros e hospitais para os pobres e abandonados.
Depois de trinta e quatro anos, a rainha faleceu, no dia 3 de junho de 545, na presença de seus filhos. Imediatamente, a fama de sua santidade propagou-se. O culto a santa Clotilde foi autorizado pela Igreja. A sua memória tornou-se uma bênção para o povo francês e para todo o mundo católico, sendo venerada no dia de sua morte.

Obs: Hoje a Igreja também celebra o dia de São Carlos Lwanga