segunda-feira, junho 13, 2011

Evangelho do Dia

MATEUS 5:38-42

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 38“Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”. 

Hoje, Jesus nos ensina que o ódio se supera no perdão. A lei de talião era um progresso, pois limitava o direito de vingança a uma justa proporção: só podes fazer ao próximo o que ele te tem feito a ti, caso contrário, cometerias uma injustiça; isto é o que significa o ditado de "olho por olho, dente por dente". Mesmo assim, era um progresso limitado, já que Jesus Cristo no Evangelho afirma a necessidade de superar a vingança com o amor; assim Ele o expressou mesmo quando, na cruz, intercedeu por seus carrascos: Jesus dizia: "Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!" (Lc 23,34).
No entanto, o perdão deve acompanhar-se com a verdade. Não perdoamos somente porque nos vemos impotentes ou complexados. Com frequência se tem confundido com a expressão “pôr o outro lado do rosto” com a ideia da renúncia a nossos direitos legítimos. Não é isso. Pôr o outro lado do rosto quer dizer denunciar e interpelar a quem o tem feito com um gesto pacífico, mas decidido, a injustiça que se cometeu; é como dizer-lhe: "Batestes num lado meu rosto, queres, bater também no outro? Você esta de acordo com essa maneira de proceder?" Jesus respondeu com serenidade ao criado insolente do sumo sacerdote: "Jesus replicou-lhe: “Se falei mal, mostra em que falei mal; e se falei certo, por que me bates?" (Jo 18,23).
Vemos, pois, qual deve ser a conduta do cristão: não procurar revanche, mas manter-se firme; estar aberto ao perdão e dizer as coisas claramente. Certamente não é uma arte fácil, mas é a única maneira de frear a violência e manifestar a graça divina a um mundo frequentemente carente de graça. São Basílio nos aconselha: "Obedecei e esquecei as injurias e as ofensas que venham do próximo. Podemos ver os diversos nomes que teremos um e outro; a ele o chamarão colérico e violento, e a vocês mansos e pacíficos. Ele se arrependerá um dia de sua violência, e vocês não se arrependerão nunca de sua mansidão.

FORMAÇÃO

O DOM DO ESPÍRITO SANTO
Ele espalha o bem, suscita o perdão, incentiva a busca da verdade.
 
"O Espírito Santo, sendo único, com uma única maneira de ser e indivisível, distribui a graça a cada um conforme lhe apraz. E assim como a árvore ressequida, ao receber água, produz novos rebentos, assim também a alma pecadora, ao receber do Espírito Santo o dom do arrependimento, produz frutos de justiça. O Espírito tem um só e o mesmo modo de ser; mas, por vontade de Deus e pelos méritos de Cristo, produz efeitos diversos. Serve-se da língua de uns para comunicar o dom da sabedoria; ilumina a inteligência de outros com o dom da profecia. A este dá o poder de expulsar os demônios; àquele concede o dom de interpretar as Sagradas Escrituras. A uns fortalece na temperança, a outros ensina a misericórdia; a estes inspira a prática do jejum e como suportar as austeridades da vida ascética; e àqueles o domínio das tendências carnais; a outros ainda prepara para o martírio. Enfim, manifesta-se de modo diferente em cada um, mas permanece sempre igual a si mesmo, como está escrito: A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum" (I Cor 12,5).
O ensinamento de São Cirilo de Jerusalém abre nosso coração para acolher o dom do Espírito Santo na Solenidade de Pentecostes, com a qual se celebra o grande dom do Cristo Ressuscitado.
A Igreja de Cristo nasceu do Seu mistério de Morte e Ressurreição e foi ungida com o dom do alto, Espírito da Verdade, que a conduz pelos caminhos da história. Em todas as épocas da história, o mesmo Espírito Santo a faz descobrir o modo adequado para evangelizar, levando a Boa Nova até os confins da terra. E Ele a sustenta por meio da grande diversidade de dons e ministérios, concedidos em abundância segundo a medida do próprio amor de Deus. Na Solenidade de Pentecostes, somos todos convidados a reconhecer em todas as pessoas, como fruto dos sacramentos da iniciação cristã, Batismo, Crisma e Eucaristia, a beleza do jardim de Deus, que são as Comunidades Cristãs. Há muita santidade, há muito bem plantado bem perto de nós e é urgente abrir os olhos. Olhar com benevolência a própria história, a Igreja e o Mundo, dá muito mais trabalho do que apontar os erros. O Espírito nos revele o bem! Mas nada existe de bom e de puro, de inspirado ou verdadeiro que não proceda da ação do Espírito Santo. Olhando ao nosso redor, descobriremos o bem que é feito, inclusive por pessoas de quem humanamente pouco se poderia esperar. É Ele que espalha o bem, suscita o perdão, incentiva a busca da verdade, mesmo quando nos sentimos esmagados pelo mal.
O Espírito é dado, mas a recepção da graça depende da abertura de quem a acolhe. Por isso pedimos a abertura do coração e da mente. “Vem, Espírito Santo! Visita a alma dos teus!” Ele é o doce hóspede da alma, discreto e silencioso, que só entra quando Lhe são dadas as boas-vindas! Nenhuma casa e nenhum coração rejeitem Sua visita! A Ele suplicamos: “Enche o coração dos vossos fiéis!” Só o Espírito Santo pode preencher o vazio dos corações e fazer transbordar o amor, para com este amor comunicarmos o Evangelho aos outros.
A Solenidade de Pentecostes é, com frequência, chamada de "inauguração da Igreja". Com o mesmo ardor dos Apóstolos, nossa Igreja de Belém pede hoje a renovação das disposições missionárias. Estamos em tempo de "Igreja de Belém em missão" e os sucessivos retiros paroquiais serão o envio de homens e mulheres aos quais se confia a nova Evangelização, especialmente nas visitas às casas. Cada homem e cada mulher, ao professarem a fé em Cristo, sintam a certeza da presença d'Aquele que prometeu estar conosco até o fim dos tempos. Sintam-se enviados pelo Pastor visível da Igreja de Belém. A todas as pessoas e famílias que forem visitadas, o convite é que abram, mais ainda: escancarem as portas para Cristo. Não tenham medo d'Ele!
Das comunidades cristãs se espalhe o fermento de uma sociedade diferente, num período em que muitas pessoas estão sofrendo na pele e inclusive pagando com a vida um novo relacionamento com a terra. Foram cinco as mortes recentes por questões fundiárias. O Espírito Santo suscite perdão no coração das pessoas que sofrem pela morte de seus familiares e amigos. Ele mesmo mude pela raiz a cabeça e o coração dos que cometeram tais crimes. É ainda ao Espírito Santo que suplicamos as luzes para que as autoridades encarregadas de apurar e punir tais crimes estejam mais atentas aos fatos. O Espírito dê de novo entranhas de misericórdia a todos, para a cura do tecido social.
Que cada cristão e cada presbítero, revestido do amor decidido e irreversível, deixe que este mesmo Espírito abra portas dos corações. Aos criminosos de todos os lados chegue o convite à reconciliação. “Vem, Espírito Santo”!
(Texto de Dom Alberto Taveira - Arcebispo de Bélem - PA)

SANTO DO DIA

Santo Antônio de Pádua
Santo Antônio de Pádua é tão conhecido por seu nome de ordenação que chamá-lo pelo nome que recebeu no batismo parece estranho: Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo. Além disso, ele era português: nasceu em 1195, em Lisboa. De família muito rica e da nobreza, ingressou muito jovem na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Fez seus estudos filosóficos e teológicos em Coimbra e foi lá também que se ordenou sacerdote. Nesse tempo, ainda estava vivo Francisco de Assis, e os primeiros frades dirigidos por ele chegavam a Portugal, instalando ali um mosteiro.
Os franciscanos eram conhecidos por percorrer caminhos e estradas, de povoado em povoado, de cidade em cidade, vestidos com seus hábitos simples e vivendo em total pobreza. Esse trabalho já produzia mártires. No Marrocos, por exemplo, vários deles perderam a vida por causa da fé e seus corpos foram levados para Portugal, fato que impressionou muito o jovem Fernando. Empolgado com o estilo de vida e de trabalho dos franciscanos, que, diversamente dos outros frades, não viviam como eremitas, mas saiam pelo mundo pregando e evangelizando, resolveu também ir pregar no Marrocos. Entrou para a Ordem, vestiu o hábito dos franciscanos e tomou o nome de Antônio.
Entretanto seu destino não parecia ser o Marrocos. Mal chegou ao país, contraiu uma doença que o obrigou a voltar para Portugal. Aconteceu, porém, que o navio em que viajava foi envolvido por um tremendo vendaval, que empurrou a nave em direção à Itália. Antônio desembarcou na ilha da Sicília e de lá rumou para Assis, a fim de encontrar-se com seu inspirador e fundador da Ordem, Francisco. Com pouco tempo de convivência, transmitiu tanta segurança a ele que foi designado para lecionar teologia aos frades de Bolonha.
Com apenas vinte e seis anos de idade, foi eleito provincial dos franciscanos do norte da Itália. Antônio aceitou o cargo, mas não ficou nele por muito tempo. Seu desejo era pregar, e rumou pelos caminhos da Itália setentrional, praticando a caridade, catequizando o povo simples, dando assistência espiritual aos enfermos e excluídos e até mesmo organizando socialmente essas comunidades. Pregava contra as novas formas de corrupção nascidas do luxo e da avareza dos ricos e poderosos das cidades, onde se disseminaram filosofias heréticas. Ele viajou por muitas regiões da Itália e, por três anos, andou pelo Sul da França, principal foco dessas heresias.
Continuou vivendo para a pregação da palavra de Cristo até morrer, em 13 de junho de 1231, nas cercanias de Pádua, na Itália, com apenas trinta e seis anos de idade. Ali, foi sepultado numa magnífica basílica romana. Sua popularidade era tamanha que imediatamente seu sepulcro tornou-se meta de peregrinações que duram até nossos dias. São milhares os relatos de milagres e graças alcançadas rogando seu nome. Ele foi canonizado no ano seguinte ao de sua morte pelo papa Gregório IX.
Na Itália e no Brasil, por exemplo, ele é venerado por ajudar a arranjar casamentos e encontrar coisas perdidas. Há também uma forma de caridade denominada "Pão de Santo Antonio", que copia as atitudes do santo em favor dos pobres e famintos. No Brasil, ele é comemorado numa das festas mais alegres e populares, estando entre as três maiores das chamadas festas juninas. No ano de 1946, foi proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio XII.


Obs: Hoje a Igreja também celebra o dia de Santo Ávito.

"Digo-vos isso para que ninguém vos engane com discurssos sedutores. Porque, embora corporalmente distante, estou presente a vós em espirito, e me alegro em ver a firmeza da vossa fé em Cristo. Como (de nossa pregação) recebestes o Senhor Jesus Cristo, vivei nele, inabaláveis na fé em que fostes instruídos, com o coração a transbordar de gratidão". (Colossenses 2:4-7)