terça-feira, junho 05, 2012

Bíblia Sagrada


Complemento

Os Evangelhos constituem, pois, um documento inestimável sobre a vida e o ensinamento de Jesus. Tem-se muitas vezes objetado que eles não são perfeitamente concordantes. A resposta a dar a essa objeção é que as diferenças só se referem a elementos acessórios e detalhes.

Essas diferenças, por outra parte, são devidas ao fato de que os evangelistas não pretendem fazer da vida do Senhor uma narrativa propriamente histórica. Os Evangelhos são escritos religiosos, doutrinais, destinados a alimentar a fé e a comunicá-la, fazendo conhecer a pessoa de Jesus. Cada autor, ao escrever, tinha seu ponto de vista particular.

Mateus escreve na Palestina para leitores judeus, seu texto se particularizava pela abundancia de citações do Antigo Testamento.

Marcos que apresentar Jesus aos pagãos, fazendo notar sobretudo o que havia de extraordinário e de valor probatório de sua missão nos milagres por ele operados.

Lucas, escrevendo também para os pagãos, tem a visível preocupação de apresentar Jesus sob um aspecto mais atraente e comovedor, fazendo notar, antes de tudo, a bondade e a misericórdia do Senhor.
João procura mostrar aos seus leitores a divindade de Jesus e revelar-lhes um pouco de sua realidade invisível, mas conservando o cuidado de apresenta-lo como um homem no concreto de seus atos e de seus discursos.
Malgrado todas essas diferenças, a Igreja tem sempre o vivo sentimento de que não houve jamais senão um Evangelho, uma só Boa Nova de salvação, mas apresentada sobre quatro formas: Mateus, Marcos, Lucas, e João.

Reflita

" Santo não é aquele que não cai, santo é aquele que mesmo caindo não desiste de levantar" -  João Paulo II

Vídeo Especial

O tema do nosso vídeo de hoje é "Posso comungar tento o vício da masturbação e da pornografia?"




Evangelho do Dia

MARCOS 12:13-17

Naquele tempo, 13as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14Quando chegaram, disseram a Jesus: “Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?”
15
Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: “Por que me tentais? Trazei-me uma moeda para que eu a veja”. 16Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: “De quem é a figura e inscrição que estão nessa moeda?” Eles responderam: “De César”.
17
Então Jesus disse: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. E eles ficaram admirados com Jesus. 

Hoje, maravilhamo-nos, mais uma vez, com o engenho e sabedoria de Cristo. Ele, com a sua magistral resposta, assinala diretamente a justa autonomia das realidades terrenas: «Devolvei, pois, a César o que é de César» (Mc 12,17).

Mas a Palavra de hoje é algo mais que saber sair de um apuro; é uma questão que tem atualidade em todos os momentos da nossa vida: que estou dando a Deus?; é realmente o mais importante na minha vida? Onde pus o coração? Porque… «onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração» (Lc 13,34).


De fato, segundo São Jerônimo, «tendes que dar forçosamente a César a moeda que tem impressa a sua imagem; mas vós entregai com gosto todo o vosso ser a Deus, porque em nós está impressa a sua imagem e não a de César». Ao longo da sua vida, Jesus Cristo apresenta constantemente a questão da eleição. Somos nós os que estamos chamados a escolher, e as opções são claras: viver partindo dos valores deste mundo, ou viver partindo dos valores do Evangelho.


É sempre tempo de escolha, tempo de conversão, tempo para voltar a “recolocar” a nossa vida na dinâmica de Deus. Será a oração e, especialmente a realizada com a Palavra de Deus, a que nos vai revelando o que Deus quer de nós. O que sabe escolher a Deus, converte-se em morada de Deus, pois «se alguém me ama, guardará a minha Palavra, e meu Pai o amará, e o veremos, e faremos morada nele» (Jo 14,23). É a oração que se converte na autêntica escola onde, como afirma Tertuliano, «Cristo nos vai ensinando qual era o desígnio do Pai que Ele realizava no mundo, e qual a conduta do homem para que seja conforme a esse mesmo desígnio» Saibamos, portanto, escolher o que nos convém!

Formação

POSSO FALAR O QUE PENSO?
HÁ O DEVER DE FALAR E HÁ O DEVER DE CALAR-SE

A virtude da veracidade - dizer a verdade –, é como uma alta montanha com duas vertentes. A primeira contempla a “sinceridade”, o dever de dizer a verdade, evitando absolutamente a mentira. A segunda vertente contempla a virtude da “discrição”, concretamente, o silêncio virtuoso e “o segredo que deve ser guardado” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2469).
Há um direito à verdade e há um direito ao silêncio. Há o dever de falar e há o dever de calar-se. Assim como muitas vezes a justiça e o amor exigem que a verdade seja manifestada ao próximo, em outras ocasiões mandam guardar silêncio para resguardar a verdade.

É oportuno, para que isso fique mais claro, relembrar agora o que o Catecismo diz sobre a mentira: «Mentir é induzir em erro aquele que tem o direito de conhecer a verdade» (n. 2483).

Sublinhamos de propósito a expressão “tem o direito”, porque ela nos dá a chave desta segunda vertente. «O direito à comunicação da verdade – esclarece o Catecismo – não é incondicional. Cada um deve conformar a sua vida com o preceito evangélico do amor fraterno. Este requer, nas situações concretas, que se avalie se é conveniente ou não revelar a verdade àquele que a pede»
 
 Abordemos essa questão em forma de perguntas e respostas:

– É sempre oportuno dizer a um doente o grau de gravidade do seu mal?
– Às vezes, não é.
– Mas não é uma grave omissão esconder de um moribundo a situação crítica em que se encontra – falando-lhe pelo menos de “situação de risco” ou de “perigo”– , impedindo-o de se preparar com a recepção dos últimos Sacramentos?
– Sem dúvida, é um pecado de omissão.
– Mais uma pergunta: Um marido deve deixar aflita a esposa narrando todos os detalhes da crise profissional que o ameaça, se não há necessidade disso ou uma clara conveniência? Não será mais caridoso evitar-lhe, serenamente e com um sorriso, um sofrimento perfeitamente inútil, e só falar mais tarde, caso a crise se confirme?
– Depende das circunstâncias, mas geralmente é um ato de caridade evitar queixas, alarmismos e angústias inúteis, que só vão fazer sofrer uma pessoa que, no momento, não pode ajudar.
– Pelo contrário, não deverá falar à esposa quando for preciso viver uma especial confiança e apoio mútuos, a fim de enfrentarem juntos a adversidade?
– Certamente, nestes casos, deverá.

As situações, como percebemos, são inúmeras, mas a “regra de ouro” é sempre a mesma: a caridade, a norma que Cristo nos ensinou: Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o vós a eles (Mt 7, 12).
(Texto de Padre Francisco Faus)

Santo do Dia

São Bonifácio
 
Pertencendo a uma rica família de nobres ingleses, ao nascer, em 672 ou 673, em Devonshire, recebeu o nome de Winfrid. Como era o costume da época, foi entregue ao mosteiro dos beneditinos ainda na infância para receber boa educação e formação religiosa. Logo, Winfrid percebeu que sua vocação era o seguimento de Cristo. Aos dezenove anos professou as regras na abadia de Exeter, iniciando o apostolado como professor de regras monásticas primeiro nesta mesma abadia, depois na de Nurslig.

Em seguida, decidiu iniciar seu trabalho missionário para a evangelização dos povos germânicos do além Reno, mas por questões políticas entre o duque Radbod, um pagão, e o rei cristão Carlos Martel, os resultados foram frustrantes. Em 718, fez, então, uma peregrinação a Roma, onde, em audiência com o papa Gregório II, conseguiu seu apoio para reiniciar sua missão na Alemanha. Além disso, o papa o orientou também a assumir, como missionário, o nome de Bonifácio, célebre mártir romano.

Bonifácio parou primeiro na Turíngia, depois dirigiu-se à Frísia, realizando as primeiras conversões nessas regiões. Durante três anos percorreu quase toda a Alemanha e, numa segunda viagem a Roma, o papa, agora já outro, entusiasmado com seu trabalho, nomeou-o bispo de Mainz. Esse contato constante com os pontífices foi importante, pois a Igreja na Alemanha foi implantada em plena consonância com a orientação central da Santa Sé. Bonifácio fundou o mosteiro de Fulda, centro propulsor da cultura religiosa alemã, só comparável ao italiano de Montecassino. E muitos outros mosteiros masculinos e femininos, igrejas e catedrais de norte a sul do país, recrutando os beneditinos da Inglaterra. Acabou estendendo sua missão até a França.

Incansável, com sua sede episcopal fixada em Mainz, atuou em vários concílios e promulgou várias leis. Em 754, foi para o norte da Europa, região onde atualmente se encontra a Holanda. No dia 5 de junho do mesmo ano, dia de Pentecostes, foi ao encontro de um grande grupo de catecúmenos de Dokkun, os quais receberiam o crisma. Mal iniciou a santa missa, o local foi invadido por um bando de pagãos frísios. Os cristãos foram todos trucidados e Bonifácio teve a cabeça partida ao meio por um golpe de espada.

Mesmo que são Bonifácio não tenha evangelizado por completo a Alemanha, ao menos se pode afirmar que foi graças a ele que isso aconteceu, nos tempos seguintes, como herança de seu trabalho. São Bonifácio é venerado como o "Apóstolo da Alemanha". Seu corpo foi sepultado na igreja do mosteiro de Fulda, que ainda hoje o conserva, pois em vida havia expressado essa vontade.