terça-feira, fevereiro 14, 2012

Bíblia Sagrada

OS DOIS LIVROS DE SAMUEL

Os dois livros de Samuel, formavam, primitivamente, uma única obra. Ignora-se quem foi seu autor. A redação final deve ser posterior ao ano 622 a.C.

O autor, serviu-se, sem dúvida, de tradições orais que se estenderam desde o final da época dos Juízes até a do segundo rei dos israelitas: Davi; portanto, por cerca de 100 anos.

O assunto dessa narração histórica pode assim ser resumido:

•    A crise da realeza em Israel

•    O estabelecimento e o caráter sacro da dinastia de Davi.

Essas narrações são dominadas por dois grandes cultos brilhantes, apesar de seus lados sombrios: Samuel e Davi. Num segundo plano, aparece a fisionomia pálida e indecisa de Saul, que fracassou na execução de uma grave missão e foi reprovado formalmente por sua desobediência.

Samuel, eleito pelo povo durante um período de decadência política e religiosa, juiz e profeta ai mesmo tempo, representava o antigo conceito de Deus, único chefe e guia de seu povo. É o que se chama teocracia. Só depois de penosa hesitação e de longa resistência é que ele se resignou a conceder ao povo um rei.

Esse primeiro reinado não foi feliz. A autoridade de Saul começou bem de pressa a vacilar. Sua débil saúde e sua neurastenia tornaram-no impopular e , no final de sua vida, uma dissensão entre o rei e o profeta-conselheiro tornou-o ainda mais desprezado diante do povo.

Mas o jovem Davi, pelos seus feitos guerreiros, foi conquistando maior celebridade e o favor do povo. Consagrado rei em lugar de Saul, reinou primeiro sete anos em Hebron, sobra a tribo de Judá, e mais tarde em Jerusalém, sobre as doze tribos, fazendo de Israel um verdadeiro reino. Seus últimos anos foram entenebrecidos por revoltas e guerras civis.

Entretanto, esse rei, apesar de suas faltas, fiel a observância da vontade divina, tornou-se o condutor de seu povo conforme o coração de Deus, um predecessor de Messias Jesus, o qual foi, de um modo único, o Guia, o Rei e o Salvador da humanidade.

Pode-se hesitar em fazer uma escolha entre as magníficas narrativas dos livros de Samuel, talvez as mais tocantes, de toda a Bíblia. Encontramos aí trechos lindíssimos:

•    Cap 1 a 4: obediência a Deus  por parte de Samuel e Heli.

•    Cap. 13 a 15: desobediência de Saul

•    Cap. 3 a 12: o começo do ministério profético

•    II Sam Cap. 1: a admirável amizade que unia Davi a Jônatas

•    II Sam Cap. 11 e 12: a que e o arrependimento de Davi.

Lemos aí as célebres  narrações do combate de Davi com o gigante Golias, a proscrição de Davi por Saul, o reino de Davi, o crime e o arrependimento desse rei, e por fim as revoltas de Absalão e de Seba.



***Amanhã falaremos sobre os livros dos Reis.***

Reflita

“Quando vamos confessar-nos, é preciso compreender o que é que vamos fazer; pode-se dizer que vamos despregar Nosso Senhor da cruz. Uma confissão bem feita acorrenta o demónio. Os pecados que nós escondemos reaparecerão todos. Para que sejam definitivamente perdoados é necessário que bem os confessemos. Nossas culpas são grãos de areia ao lado da grande montanha que é a misericórdia de Deus.” - São João Maria Vianney.

Vídeo Especial

O tema do nosso vídeo de hoje é "Casamento em Igreja prostestante é válido"



Evangelho do Dia

MARCOS 8:14-21

Naquele tempo, 14os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”.
16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?”
Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços? Eles responderam: “Sete”. 21Jesus disse: “E ainda não compreendeis?” 

Hoje notamos que Jesus, nem sempre é compreendido. Às vezes torna-se difícil. Por mais que vejamos prodígios, e que se digam as coisas claramente, e nos seja comunicada a boa doutrina, merecemos a sua repreensão: «Ainda não entendeis, nem compreendeis? Vosso coração continua incapaz de entender?» (Mc 8,17).

Gostaríamos de lhe dizer que o entendemos e que não temos o entendimento ofuscado, mas não nos atrevemos. Se ousarmos, como o cego, fazer-lhe esta súplica: «Senhor que eu veja» (Lc 18,41), para ter fé, e para ser, e como o salmista diz: «Inclina o meu coração para as tuas ordens, e não para a ganância injusta» (Sal 119,36) para ter boa disposição, escutar e acolher a palavra de Deus e fazê-la frutificar.

Será bom também, hoje e sempre, ter atenção a Jesus que nos alerta: «Atenção! Cuidado com o fermento dos fariseus» (Mc 8,15), afastados da verdade, “maníacos cumpridores”, que não são adoradores do Espírito em verdade (cf Jo 4,23), e «do fermento de Herodes», orgulhoso, despótico, sensual, que só quer ver e ouvir Jesus para seu prazer.

E, como guardamos este “fermento”? Pois fazendo uma leitura contínua, inteligente e devota da palavra de Deus e, por isso mesmo, “sábia”, fruto de ser «piedosos como crianças: mas não ignorantes, porque cada um há-de esforçar-se, na medida das suas possibilidades, no estudo sério, científico da fé (…). Piedade de crianças, pois, e doutrina de segura de teólogos» (São Josemaria).

Assim, iluminados e fortalecidos pelo Espírito Santo, alertados e conduzidos pelos bons Pastores, estimulados pelos cristãos e cristãs fiéis, cremos no que temos de crer, faremos o que temos que fazer. Agora, há que “querer” ver: «E o Verbo se fez carne» (Jo 1,14), visível, palpável; há que “querer” escutar: Maria foi o “isco” para que Jesus tenha dito: «Ditosos os que escutam a palavra de Deus e a guardam» (Lc 11,28).

Formação

QUER FAZER BEM TODAS AS COISAS?
Aprenda com Jesus a não deixar nada pela metade.

"Ele tem feito bem todas as coisas" (Mc 7,37). Com essa frase do Evangelho de São Marcos, podemos ver um traço da personalidade de Jesus. Era um homem maduro em todos os sentidos. A maturidade é sinônimo de eficiência, eficácia e simplicidade. Em suma, maturidade é sinônimo de santidade!

Afetivamente: maduro! Psicologicamente: maduro! Politicamente: maduro! Espiritualmente: maduro! Jesus Cristo era tão maduro que, no derradeiro dia, prestes a entregar-se nas mãos do Pai Celeste, afirmou: “Tudo está consumado!” (Jo 19,30). Que êxito! Os seus 33 anos bem vividos. Não faltava nada! Tudo foi "bem" feito. Não deixou as coisas "pela metade". Não precisou de um dia a mais. Nem mesmo um minuto além do que Lhe foi dado. Tudo consumado! Bem diferente de algumas pessoas que chegam ao final da vida com “tudo consumido”. Que incrível diferença faz uma única letra: consumado, consumido. Que alegria seria se muitos dos nossos políticos pudessem ter um fim de mandato semelhante ao de Cristo. Que honra seria saber que muitos padres, pais, médicos, professores, profissionais das mais variadas áreas, encerraram a carreira com tudo “consumado” e não “consumido”!

A maturidade de Cristo se dá não apenas por talento pessoal ou predisposição genética. É verdade que Seus pais: Maria e José, eram justos; isto é, cumpriam fielmente o que lhes era recomendado pela lei religiosa. Mas acima de tudo, Jesus aprendeu isso de Seu Pai Celeste. No início da Bíblia, vemos que Deus criou o mundo e viu que tudo era bom (cf. Gn 1,10). Ou seja, a obra do Todo-poderoso é boa! É bem feita! É perfeita!

Que necessidade temos de aprender essa qualidade de Jesus! Quantas vezes deixamos as coisas por fazer, ou fazemos as coisas de qualquer jeito. Neste mundo escravo do tempo e intoxicado por múltiplas tarefas, descobrimos homens e mulheres apressados, estressados e doentes porque não conseguem cumprir uma agenda, atender todas as solicitações e corresponder a todas as expectativas.

Talvez o grande problema seja nossa extrema capacidade de complicar as coisas que são tão simples. Conseguimos tempo para tudo o que é secundário e deixamos de lado o que é essencial. A escala de valores foi perdendo sua textura natural e acabamos por colocar em primeiro lugar itens que não garantem um final feliz. A vida se torna pesada demais quando colocamos mais peso no telhado e nos esquecemos de fortalecer o alicerce da própria casa. Que o digam os engenheiros encarregados de justificar os desabamentos, causadores de muitas mortes, que vimos nos noticiários nacionais ultimamente.

A estrutura humana ideal é aquela que se assemelha à do Nazareno. Vivia com simplicidade. Valorizava os relacionamentos e dava chance até mesmo àqueles que potencialmente poderiam feri-Lo (Judas). Não se deixou prender pela mágoa, perdoava sempre (“Perdoai-os, eles não sabem o que fazem” – Lc 23,34). Não era preso à própria opinião, sabia submeter-se (“Que se faça a tua vontade, o Pai; e não a minha!” – Lc 22,41).

Era íntegro o bastante para não se afligir com a opinião alheia, acolhia pecadores e excluídos. A todos tinha uma palavra pacífica e orientadora (“Bem-aventurados os mansos!” – Mt 5,5 ). Amadureceu sem se desviar do motivo da própria existência. Aliás, tinha um sentido claro da própria vida (“Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância!” – Jo 10,10).
Quer fazer bem todas as suas coisas? Imite Jesus!

(Texto de Padre Delton Filho)

Santo do Dia

São Cirilo
Constantino nasceu em 826 na Tessalonica, atualmente Salonico,Grécia. Seu pai era Leão, um rico juiz grego, que teve sete filhos. Constantino o caçula e Miguel o mais velho, que mudaram o nome para Cirilo e Metódio respectivamente, ao abraçarem a vida religiosa.

Cirilo tinha catorze anos quando o pai faleceu. Um amigo da família, professor Fócio, que mais tarde ajudou seu irmão acusado de heresia, assumiu a educação dos órfãos em Constantinopla, capital do Império Bizantino. Cirilo aproveitou para aprender línguas, literatura, geometria, dialética e filosofia. De inteligência brilhante, se formou em tudo.

Rejeitando um casamento vantajoso, ingressou para a vida espiritual, fazendo votos particulares, se tornou bibliotecário do ex-patriarca. Em seguida foi cartorário e recebeu o diaconato. Mas sentiu necessidade de se afastar, indo para um mosteiro, em Bosforo. Seis meses depois foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como diplomata para a polemica questão sobre o culto das imagens junto ao ex-patriarca João VII, o Gramático. Depois foi resolver outra questão delicada junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade. Obteve sucesso em ambas.

Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla, abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. Em 861, Cirilo foi se juntar a ele, numa missão evangelizadora, a pedido do imperador Miguel III, para atender o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos foram para Querson aprender hebraico e samaritano.

Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao mar. Conservaram as relíquias numa urna, que depois da missão foi entregue em Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado "cirílico", hoje conhecido por "russo". Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários, que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas em eslavo.

Isto gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois os ritos eram realizados em grego ou latim, apenas. Iniciando o cisma da Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram o apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os Livros traduzidos abençoados.

Mas, Cirilo que estava doente, piorou. Pressentido sua morte, tomou o hábito definitivo de monge e o nome de Cirilo, cinqüenta dias depois, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro de 868. A celebração fúnebre foi rezada na língua eslava, pelo papa Adriano II, sendo sepultado com grande solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos". O papa João Paulo II, em 1980, os proclamou junto com São Bento de "Patronos da Europa".


Obs: Hoje a Igreja também celebra o dia de São Valentim, São Valentim de Terni, São Metódio.