segunda-feira, junho 20, 2011

Evangelho do Dia

MATEUS 7:1-5

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 1“Não julgueis e não sereis julgados. 2Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes.
3
Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho? 4Ou, como podes dizer a teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? 5Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”. 

Hoje, o Evangelho recordou-me as palavras da Mariscala em O cavaleiro da Rosa, de Hug von Hofmansthal: "Como é grande a diferença". Como mudar uma coisa mudará muito o resultado em muitos aspectos da nossa vida, sobretudo, a espiritual.
Jesus disse: "Não julgueis, e não sereis julgados" (Mt 7,1). Mas, Jesus também tinha dito que temos de corrigir o irmão que está em pecado, e para isso é necessário ter feito antes algum tipo de juízo. O próprio São Paulo nos seus escritos julga a comunidade de Corinto e São Pedro condena Ananias e a sua esposa por falsidade. Por causa disso, São João Crisóstomo justifica: "Jesus não disse que não temos de evitar que um pecador deixe de pecar, temos que o corrigir sim, mas não como um inimigo que busca a vingança, mas como o médico que aplica um remédio". O juízo, pois, parece que deveria fazer-se, sobretudo com ânimo de corrigir, nunca com ânimo de vingança.
Ainda mais interessante é o que diz Santo Agostinho: "O Senhor previne-nos de julgar rápida e injustamente (...). Pensemos primeiro, se nós não tivemos também algum pecado semelhante; pensemos que somos homens frágeis, e [julguemos] sempre com a intenção de servir a Deus e não a nós". Se quando vemos os pecados dos irmãos pensamos em nós, não nos passará, como diz o Evangelho, que com uma trave no olho queiramos tirar o cisco do olho do nosso irmão (cf Mt 7,3).
Se estivermos bem formados, veremos as coisas boas e as más dos outros, quase de maneira inconsciente: disso faremos juízo. Mas o fato de ver as faltas dos outros desde os pontos de vista citados nos ajudará na forma como julgamos: ajudará a não julgar por julgar, ou por dizer alguma coisa, ou para cobrir as nossas deficiências ou, simplesmente, porque toda a gente o faz. E, para terminar, sobretudo tenhamos em conta as palavras de Jesus: "a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós" (Mt 7,2).

 

FORMAÇÃO

A VERDADE O LIBERTA
Quem você realmente é?
Você Conhece suas raízes?

Acredito que um dos maiores desafios que travamos diariamente é assumir ou negar a verdade. Estamos no século da modernidade e a tecnologia, cada vez mais desenvolvida, lança sobre nós as redes que nos penduram entre o social e o virtual, o real ou imaginário. Ter a coragem de optar pela verdade é um exercício que parte das pequenas escolhas e nos seguem até nos momentos mais importantes de nossa vida. Já sabemos que a verdadeira felicidade tem seu alicerce na verdade, portanto, só consegue ser feliz quem assume com coerência sua história, seja ela qual for.
Nos atendimentos de oração e aconselhamentos que realizamos na Canção Nova, tenho percebido que, cada vez mais, as pessoas têm dificuldades de assumir a sua verdade. Com isso, tornam-se infelizes, sentem-se presas às situações passadas e, em alguns casos, até ficam deprimidas ou pior: entram no mundo das drogas e dos vicíos, tentando mascarar a dor.
Outro dia, enquanto atendia uma senhora, percebi que ela falava de maneira superficial e não conseguia se expressar, o tempo passava e a partilha não fluía. Então, olhei bem nos olhos dela e lhe perguntei: "Afinal, qual é a sua verdade? O que se passa em seu interior?" Ela ficou surpresa diante da pergunta, desapontada talvez; mas tomou uma linda decisão. Abriu seu coração! E em meio às lágrimas, aos poucos, foi revelando suas dores e medos ligados a situações vividas havia mais de 20 anos. As lágrimas lavaram seu rosto e, certamente, o Espírito Santo, também lavou seu coração lhe concedendo uma nova vida a partir daquela experiência. Não é uma tafera fácil encarar a verdade, aliás, muitas vezes, isso é muito difícil, principalmente quando a história é marcada por grandes traumas e dores, mas não há outra saída, para sermos curados, precisamos assumir nossa história com tudo que ela traz, dores e alegrias.
Jesus disse aos Seus discípulos: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8,32), ou seja, a condição para sermos livres é conhecermos a verdade. Eu diria conhecermos e nos abrirmos ao processo de cura a partir do conhecimento. Não é o caso de parar na dor, nem de ir levando a vida de qualquer jeito, Deus nos quer vivendo plenamente e é por isso que Ele nos propõe a coerência como meio para a cura e a felicidade plena. Da nossa parte, precisamos querer ir além. Por exemplo, você já parou alguma vez para perguntar quem você realmente é? Você conhece suas raízes? Qual é a sua verdade? São Francisco de Assis dizia que o homem vale o que é diante de Deus e mais nada, ou seja: vale a sua história.
O valor que temos não está no carro que possuímos e na profissão que exercemos, tampouco na imagem que "tentamos" passar para as pessoas. Nosso valor está no fato de sermos o que somos diante de Deus e mais nada.
Já temos uma identidade própria, somos filhos de Deus e não precisamos criar um personagem irreal para alimentar uma ideia a nosso respeito longe da realidade. Aliás, essa tem sido mais uma maneira de "fugir das dores da vida", mas, como pode ser livre quem age assim? E se não é livre, como pode ser feliz?
Como cristãos, temos uma responsabilidade dobrada com relação à verdade e isso começa por assumirmos a nossa realidade e, a partir dela, testemunharmos a Misericórdia de Deus. Não tenha vergonha da obra que o Senhor já realizou na sua história! Ela, por mais difícil que tenha sido, é muito valiosa, pois é a partir dela que Ele quer agir. "Deus é luz e n'Ele não há trevas alguma", diz a Sagrada Escritura, portanto, para que a luz de Deus Pai ilumine nossa vida, precisamos fazer as pazes com os acontecimentos que nos marcam.
"Grande caridade é viver na verdade", escreve o Papa Bento XVI em sua encíclica "Caritas in veritate". É certo que precisamos dar mais atenção ao assunto, pois, querendo ou não, em nossos dias, nós nos vemos cercados por superficialidades e disfarces. Desde a maquiagem aos relacionamentos, temos constantemente a oportunidade de fugir da realidade. Está claro que o desafio para viver a coerência é cada vez maior, mas se quisermos alcançar a felicidade, não podemos fugir dele.
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" diz o Senhor, portanto, não tema romper com as trevas da mentira e acolha a luz que brilha a partir da verdade. Siga o exemplo da senhora, a qual fiz referência no início do texto, e tenha a coragem de abrir seu coração, mesmo que isso lhe custe. Dessa forma, você verá, certamente, que aquela dor já não tem tanto poder sobre você.
Faça hoje opção pela verdade diante das oportunidades que tiver de escolher e não deixe que a falta de coerência roube a liberdade que o próprio Senhor já conquistou para você na cruz. Termino com um conselho da beata Madre Teresa de Calcutá: "Acenda a luz da verdade na vida de cada pessoa que encontrar, para que deste modo Deus continue amando e iluminando o mundo por meio dela e de você."
(Texto de Dijanira Silva)

"Por fim, irmãos, vivei com alegria. Tendei a perfeição, animai-vos, tende um só coração, vivei em paz, e o Deus de amor e paz estará convosco.
Saudai-vos uns aos outros no ósculo santo. Todos os santos vos saúdam. A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espiríto Santo estejam com todos vós!" (II Coríntios 13:11-13)

SANTO DO DIA

Margarida Ebner
Margarida pertencia à família Ebner, muito rica e respeitada, da aristocracia alemã. Ela entrou no Mosteiro de Maria Santíssima em Medingen, da diocese de Augusta, e tinha apenas quinze anos de idade quando vestiu o hábito dominicano.
Depois, de 1314 até 1326, sofreu diversas e graves enfermidades, as quais quase a levaram ao fim da vida. Mais tarde, por causa da guerra, a comunidade monástica dispersou-se e Margarida voltou para a casa paterna, na qual continuou a viver totalmente reclusa, dedicada à oração e à penitência.
Quando tudo retornou ao normal, ela voltou para a clausura daquele mesmo mosteiro. Em 1332, conheceu o sacerdote Henrique Susso, hoje também santo, que logo se tornou o seu diretor espiritual. As duras provações físicas por que passou lhe proporcionaram adquirir os dons das revelações, das visões e das profecias. Tanto assim que ela escreveu em seu diário que no dia 1o de novembro de 1347 foi recebida em matrimonio espiritual por Jesus.
Margarida Ebner foi, sem dúvida, a figura central do movimento espiritual alemão dos "amigos de Deus". A sua espiritualidade segue o ano litúrgico e concentra-se na pessoa de Jesus Cristo.
O seu diário espiritual, escrito de 1312 até 1348, que chegou até os nossos dias, revela a vida humilde, devotada, caritativa e confiante em Deus de uma religiosa provada por muitas penas e doenças. Ela que viveu e morreu no amor de Deus, fiel na certeza de encontrar-se em plena comunhão com seu Filho Jesus, como sempre dizia: "Eu não posso separar-me de ti em coisa alguma". A beleza dessa alma inocente foi toda interior.
A santa humanidade de Jesus foi o divino objeto da sua constante e amorosa contemplação e nela reviveu os vários mistérios no exercício da virtude, no holocausto ininterrupto dela mesma, no sofrimento interno e externo, todo aceito e ofertado com Jesus, para Jesus e em Jesus. Margarida Ebner morreu no dia 20 de junho de 1351, no Mosteiro de Medingen, onde foi sepultada.
Sem dúvida, entre os grandes místicos dominicanos do século XIV, brilha a suave figura desta religiosa de clausura que conquistou o apelido de "Imitadora Fiel da Humanidade de Jesus". Em 1979, o papa João Paulo II ratificou o seu culto com sua beatificação, cuja festa "ad imemorabili" o mundo católico reverencia no dia do seu trânsito.

"Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda a iniquidade. Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e asua palavranão está em nós". ( I Carta de São João 1:8-10)