sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Bíblia Sagrada

                                                        JUÍZES

O livro dos Juízes, cujo autor é desconhecido, delineia a história do povo hebreu durante um período de cerca de 200 anos, desde a morte de Josué até meados do XI século antes de nossa era. Temos ai uma espécie de coleção de narrações épicas inspiradas nas ações heroicas de homens chamados Juízes. Esses homens foram, antes de tudo, chefes militares em épocas perigosas.

Surgiram no meio de diversas tribos que havia libertado, ao menos provisoriamente.

É um período de decadência política e religiosa. As tribos israelenses ainda não têm força bastante para impor-se no meio das populações cananeias e para resistir à pressão dos filisteus. Por outro lado, o povo vai se deixando seduzir pela vida fácil das nações vizinhas, cujos costumes grosseiros e práticas idolátricas vai adotando.

Cada uma dessas pequenas epopeias é-nos descrita em planos semelhantes entre si, nos quais se descobre um movimento em quatro tempos: “Os israelitas fizeram o mal diante dos olhos do Senhor. A ira do Senhor inflamou-se contra eles e entregou-os às mãos dos seus inimigos, pelos quais foram escravizados. Mas eles gritaram, recorrendo ao Senhor, que suscitou um libertador para livrá-los”. (3,7-9)
Dir-se-ia que a história é considerada aqui como uma verdadeira pedagogia divina: as desgraças são consideradas como um castigo, a libertação, como um perdão. Deus é o único Senhor e o único guia de seu povo.

Eis aqui algumas passagens mais notáveis:

•    cap.2: em que se expõe a interpretação que se deve dar aos acontecimentos que em seguida se vão ler.

•    Cap. 3: História de Otoniel e de Aod.

•    Cap. 4: História de Débora, a profetiza e juíza.

•    Cap. 6 a 8: História de Gideão.

•    Cap. 9: O usurpador Abimelec.

•    Cap. 11: A história decepcionante de Jefté, que nos demonstra que os heróis do povo de Deus, afinal de contas, não passam de simples homens  e que este povo, embora escolhido por Deus, estava ainda inteiramente eivado de costumes bárbaros das nações vizinhas.

•    Cap. 13 a 16: A história de Sansão, um homem eleito, mas desobediente, que enfrenta a paciência divina, ele não deixa de cumprir a missão à qual a graça o destinara, em virtude dessa mesma eleição, obtém que o castigo divino seja atenuado e que em último lugar triunfe a misericórdia.

O livro dos Juízes encerra, em apêndice, duas relações particularmente violentas e cruéis. Difícil nos é hoje situá-las com exatidão. A primeira parece ser posterior à época dos Juízes: é a história da fundação de um pequeno santuário idolátrico, uma espécie de Igreja dissidente. Esse episódio, assim como o seguinte, a violação do direito de hospitalidade por pessoas da tribo de Benjamim, dá lugar a sangrentas represálias, que não deixar de causar estranheza a um leitor pouco avisado. Trata-se de uma época em que ainda reinava a lei de Talião, na qual as tribos se insurgiam para vingar as injúrias feitas a indivíduos e unicamente à crueldade servia para reprimir os abusos os as infrações ao direito comum. Urge notar, entretanto, que a relação não termina por um castigo nem por uma exterminação, mais pela reintegração de Benjamim na federação das tribos de Israel, sinal de magnanimidade de perdão.

A leitura do livro dos Juízes prende o interesse dos leitores, apesar dos atos de barbarismos aí relatados por diversas vezes, testemunhando uma civilização primitiva e um senso moral ainda em vias de ser aperfeiçoado.


***Segunda falaremos sobre o livro de Rute***

Reflita

“É necessário trabalhar neste mundo, é necessário combater. Teremos toda a eternidade para descansar.” - São João Maria Vianney

Vídeo Especial

O tema do nosso vídeo de hoje é "Comunhão em pecado grave".



Evangelho do Dia

MARCOS 7:31-37

Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade.
36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”. 

Hoje o Evangelho apresenta-nos um milagre de Jesus: fez voltar a ouvir e destravou a língua a um surdo. A gente ficou admirada e dizia: «Tudo ele tem feito bem» (Mc 7,37).

Esta é a biografia de Jesus feita pelos seus contemporâneos. Uma biografia curta e completa. Quem é Jesus? É aquele que tudo tem feito bem. No duplo sentido da palavra: no que e no como, na substância e na maneira. É aquele que só fez boas obras, e que realizou bem as boas obras, de uma maneira perfeita, bem acabada. Jesus é uma pessoa que tudo faz bem, por que só faz ações boas e aquilo que faz deixa-o acabado. Não entrega nada a meio fazer; e não espera a depois para terminar.


Procure também você deixar as coisas totalmente terminadas agora: a oração; o trato com os familiares e as outras pessoas; o trabalho; o apostolado; a formação espiritual e profissional; etc. Seja exigente consigo mesmo, e seja também exigente, suavemente com quem depende de você. Não tolere trabalhos mal feitos. Deus não gosta e incomodam ao próximo. Não tenha essa atitude para ficar bem, nem porque é o que más rende, humanamente; senão porque a Deus não lhe agradam as obras más nem as obras “boas” mal feitas. A Sagrada Escritura afirma: «Suas obras são perfeitas» (Dt 32,4). E o Senhor através de Moisés, manifesta ao Povo de Israel: «Nenhuma coisa, porém, que tiver defeito oferecereis, porque não será aceita a vosso favor» (Lev 22,20). Pede a ajuda maternal da Virgem Maria. Ela, como Jesus, também fez tudo bem feito.


São Josemaria oferece-nos o segredo para conseguí-lo: «Faz o que deves e está no que fazes». É essa a sua maneira de atuar?

Formação

ESTOU SOFRENDO E AGORA?
Sua História vai ter um final feliz.

Quantos de nós tivemos uma infância perfeita? Quantos de nós tivemos uma família perfeita? Quantos de nós tivemos pais perfeitos? E para que ninguém se sinta excluído dessa lista de perguntas a última é: Quantos de nós temos uma história perfeita, na qual tudo sempre deu certo?

Cada vez mais tenho a convicção de que esse tipo de pessoa não existe. Por isso se você teve ou tem problemas na sua história, se você tem traumas e feridas, que parecem eternas, porque não cicatrizam nunca, e se carrega dentro ou fora de si as lágrimas de um passado-presente que teimam em escorrer afogando esperanças e felicidade… então quero dizer que você não está sozinho e, assim como você, muitas pessoas passam por isso agora, e que, felizmente, existe uma forma para fazê-lo feliz mesmo que você tenha tido uma história tão difícil assim.

Se você tivesse a oportunidade de mudar alguma coisa na sua história, o que você mudaria? Com certeza, mudaríamos muitas coisas… Quem sabe aquela pessoa não tivesse morrido? Que eu não tivesse sido rejeitado… violentado… Queria ter recebido mais amor… Enfim, você conhece bem melhor que eu as cenas tristes desse filme. Se observarmos um pouco melhor vamos ver que, mesmo na vida de Jesus, aconteceram coisas que não foram assim muito boas; por exemplo; lembra o que José fez no primeiro instante quando soube que Maria estava grávida? “José, (…) resolveu rejeitá-la secretamente” (Mt 1,19).

E Jesus que estava no ventre de sua mãe também foi rejeitado (mesmo que isso tenha passado logo no coração de José (cf. Mt 1,20). Depois o Senhor sofreu o perigo do “infanticídio” ou mesmo de um “aborto” (pois se Herodes soubesse que Ele iria nascer e onde, certamente o mataria: cf. Mt 2,3). E quanto ao nascimento do Senhor nem preciso comentar… Viveu a pobreza tendo que fugir para o Egito (cf. Mt 2,14) e depois de ter amado “os Seus” sem reservas (cf. Jo 13,1), foi abandonado mais uma vez. Se a sua história não foi fácil saiba que a de Cristo também não o foi.

Jesus viveu em tudo a condição humana (exceto o pecado) (cf. Hb 4, 15), significa que Ele sabe o que é sofrer, significa que Ele sabe o que você sente. E mais: nas cenas mais assustadoras da sua história, se você observar um pouco melhor, vai descobrir que não estava sozinho (a). É verdade que você não é responsável pelo que fizeram com você no seu passado, mas é responsável pelo que vai fazer com isso no seu presente e no seu futuro.

Sabe o que mais? A sua história possui um Autor (com A maiúsculo); o autor é aquele que escreve, por isso determina como as coisas vão acontecer, como um filme, um teatro, uma novela, entre outros. Ainda que durante algum tempo “outros” tenham roubado o lugar do “Autor” e por isso essa história tenha começado de uma forma triste ou sombria, se você deixar o verdadeiro Autor tomar o lugar, que é d’Ele, tenha certeza de uma coisa: essa história não vai terminar como começou, a sua história vai ter final feliz!

O filme triste, que passava na sua cabeça das lembranças e pesadelos, ao qual você assistia com os olhos abertos, precisa, como vilões e os bandidos dos filmes a que assistimos, ser preso e destruído, colocado onde não possa mais lhe fazer mal. Por isso, denuncie para o verdadeiro Autor quem são os vilões da sua história, entregue-Lhe as feridas emocionais que ainda não foram cicatrizadas, entregue-Lhe aquelas situações que estão roubando a cena da sua vida.

Não permita que as coisas ruins, que as pessoas que o machucaram ou mesmo você, tomem o lugar do Autor, porque isso acabaria estragando a história que, mesmo com calvário e cruz, é chamada a ser história de ressurreição, apesar de todo sofrimento que Jesus viveu. Ele ressuscitou, exatamente porque o Pai (Deus-Pai), era e é o grande Autor da sua história; tenha certeza de que o mesmo Autor quer transformar de uma vez por todas sua história de terror em história de final feliz.
(Texto do Padre Sóstenes Vieira)

Santo do Dia

Santo Guilherme de Malavale
Guilherme era de origem nobre, nasceu em 1071, na França. Era um duque da Aquitânia, que se dedicou até o final da juventude às artes militares e mundanas, afastado do cristianismo. A sua conversão foi atribuída a são Bernardo, que o inspirou a desejar viver a experiência do retiro espiritual, num bosque afastado. Quando saiu do isolamento, alguns meses depois, procurou o papa Urbano II para pedir perdão dos pecados. Após receber sua benção, seguiu em peregrinação para Jerusalém.

Guilherme ficou nove anos na Terra Santa, praticando obras de penitência e piedade e, quando voltou, se juntou a uma comunidade de ermitãos, próximo de Pisa, na Itália. Dois anos depois foi para a Toscana, onde, na floresta de Malavale construiu o seu derradeiro retiro. E deste momento em diante começou a fama de sua santidade.

Em Malavale, tinha como única companhia às feras selvagens, dormia no chão duro e se alimentava de plantas e raízes. Os habitantes aprenderam a estima-lo. Não raro, as crianças eram socorridas por ele, quando se perdiam no bosque. A tradição conta que, certa vez, um grande dragão tentou atacar um menino, quando o ermitão apareceu e com o seu bastão ordenou que a fera se afastasse. Porém o animal ficou em pé sobre as patas traseiras e, soltando fumaça pelas ventas, se voltou contra ele. Prodigiosamente, Guilherme foi se elevando, até chegar na altura da cabeça da fera, aí o golpeou com o bastão e o dragão caiu morto. Por isto, passou a ser chamado de Guilherme, "o grande".

Já idoso, acolheu dois discípulos, Alberto e Reinaldo, que o acompanharam até a morte. Nos últimos meses Alberto escreveu sua biografia, onde registrou sua disciplina de vida reclusa e espiritual. Aos 10 de fevereiro de 1157, Guilherme morreu, mas antes, fez algumas profecias e vários prodígios testemunhados que foram registrados.

A sua herança , como ocorreu com outros grandes ermitãos e padres do deserto, foi apenas a modesta cela de Malavale, como exemplo de uma vida espiritual contemplativa, de afastamento e austeridade, e não um compromisso de dar vida a uma nova congregação. Entretanto, ela floreceu ao redor de sua sepultura, só com o legado do seu exemplo de severa renuncia ao mundo, que continuou ainda atraindo ao local jovens desejosos de seguir suas pegadas. Os dois discípulos Alberto e Reinaldo fundaram a Ordem dos Guilhermitas e escreveram as Regras, seguindo a biografia, aprovada pela Santa Sé. Tempos depois, a nova congregação já alcançava a França, Itália, Alemanha e Holanda.

Em 1202, o papa Inocêncio III declarou Guilherme de Malavale, Santo e manteve a festa no dia 10 de fevereiro. Seus restos mortais foram guardados na catedral de Buriano, onde foi colocada a estátua de são Guilherme com dragão a seus pés. Desde 1255, os Guilhermitas fazem parte da Ordem dos agostinianos, que assimilou o pensamento deste santo. O dia de São Guilherme o Grande ou de Malavale, como também é chamado, integra o calendário dos santos agostinianos desde o século XIII, sendo reverenciado como exemplo de vida de santidade a ser seguido.

Obs: Hoje a Igreja também celebra o dis de Santa Escolástica.