quinta-feira, abril 19, 2012

Bíblia Sagrada


DANIEL

Daniel é um israelita levado à Babilônia entre os deportados por Nabucodonosor. Jovem, era possuidor de uma fé ardente e de um patriotismo violento.

Ele deve ser tido não tanto como autor do livro que traz seu nome, mas como seu herói principal. Com efeito, esse escrito foi redigido em três línguas: Hebraico, Grego e Aramaico; ora, os dois últimos idiomas não eram ainda utilizados no tempo em que o livro coloca o profeta. Seu redator, que escreveu certamente no segundo século a.C., serviu-se de documentos anteriores, que podem remontar até a própria época de Daniel. 

O livro de Daniel salienta-se como um dos mais curiosos entre os livros proféticos da Bíblia: primeiro abrange diversas narrações relativas ao profeta no meio dos habitantes de Babilônia. Vem em seguida uma série de estranhas descrições, imaginativas e solenes, de misteriosas visões atribuídas ao mesmo profeta. Serve-se o autor do processo, chamado estilo apocalíptico, para delinear aos seus leitores, sem pretender manifestá-los, sob imagens veladas e ao mesmo tempo transparentes, os acontecimentos de que são testemunhas, nos quais poderão descobrir perspectivas de um futuro que constitui a finalidade de sua mensagem. Por fim, o livro abrange, em apêndice, três narrações: a de Susana, a de Bel e a do dragão, que são Jerônimo considerava como contos destinados à edificação moral.

De uma extremidade a outra dessa profecia, predomina a ideia da expectativa, pelo reino de deus; mas urge descobri-la, porque é expressa quase sempre veladamente.

Já as narrações do começo do livro apresentam Daniel e seus companheiros como homens cuja inflexível fidelidade se torna um símbolo da resistências dos crentes ao poder dos perseguidores. As páginas obscuras que aí lemos são por vezes explicadas pelo próprio livro que, como nos capítulos 2 a 8, nos ensina a ver nas grandes visões descritas (o colosso de pés de argila, os quatro animais, o bode...) um modo velado de representar os grandes impérios que se sucederam no oriente, desde os tempos do exílio até a época em que o autor vivia. Portanto, esse livro devia servir de consolação e de animação aos israelitas que sofriam a opressão por parte de  Antíoco Epífanes (176-163), apresentando-lhes esse último reino terrestre como prelúdio de um “reino que jamais será destruído” (2,44)

Lança o profeta os seus olhares sobre perspectivas eternas, revelando, sucessivamente, a preparação do reino de Deus pela restauração religiosa do povo eleito, e a própria realização desse reino, bem como sua consumação no fim dos tempos. Essas três fases são descritas sem que ele atenda a sucessão cronológica, tanto assim que, à primeira vista, poder-se-ia confundir a restauração imediata, que o profeta anuncia para o fim das perseguições de Antíoco, com aquela que todos os homens esperam para o fim dos tempos, ou com aquela que o Messias devia realizar na terra. O profeta deixa os leitores, propositadamente, na incerteza quanto ao tempo. Seu escopo é excitar neles o desejo e as esperanças da promessa com uma viva confiança na certeza de sua realização.

Esse Reino, o reino de Deus anunciado pelos profetas, é o que será proclamado e realizado por Jesus Cristo.
Não pode haver dúvida, entretanto: além de anunciar a vinda do reino de Deus, Daniel subentendeu também a segunda vinda do Senhor no fim dos tempos. Jesus cita expressamente uma passagem de Daniel (9,27) no discurso sobre a destruição de Jerusalém e o fim do mundo (Mt 24,15). Guarda, portanto, ainda hoje a profecia de Daniel toda a sua atualidade para os leitores modernos: os fiéis devem contar com toda espécie de provações e, no meio delas, devem alimentar absoluta confiança na vinda do seu divino Salvador.

Notáveis e interessantes são as seguintes passagens:

  • ·         O sonho da estátua (Cap. 2).
  • ·         O festim de Baltazar (Cap. 5).
  • ·         A fossa dos leões (cap. 6).
  • ·          A oração de Daniel (Cap. 9).
  • ·         Os tempos messiânicos (Cap. 12).
  • ·         A história de Susana (Cap. 13).

Reflita

“A misericórdia de Deus será sempre maior que a tua ingratidão.” - Pe. Pio.

Vídeo Especial

O tema do nosso vídeo de hoje é "A Virgem Maria é onipresente? e os anjos? e os demonios? e os santos?"


Evangelho do Dia

JOÃO 3:31-36

31“Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida.
35
O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”. 

Hoje, o Evangelho nos convida a deixar de ser “terrenais”, a deixar de ser homens que só falam de coisas mundanas, para falar e mover-nos como «Aquele que vem do alto» (Jo 3,31), que é Jesus. Neste texto vemos —mais uma vez— que na radicalidade evangélica não há meio termo. É necessário que em todo momento e circunstância nos esforcemos por ter o pensamento de Deus, ambicionemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e aspiremos a olhar os homens e às circunstancias da mesma forma que vemos o Verbo feito homem. Se atuarmos como «aquele que vem do alto» descobriremos uma quantidade de coisas positivas que acontecem continuamente ao nosso entorno, porque o amor de Deus é ação contínua em favor do homem. Se viermos do alto amaremos a todo o mundo sem exceção, sendo nossa vida um convite para fazer o mesmo.

«Aquele que vem do alto está acima de todos» (Jo 3,31), por isso pode servir a cada homem e a cada mulher justamente naquilo que necessita; além disso, «Ele dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho» (Jo 3,32). E seu serviço tem a marca da gratuidade. Esta atitude de servir sem esperar nada a troco, sem necessitar a resposta do outro, cria um ambiente profundamente humano e de respeito ao livre alvedrio da pessoa; esta atitude se contagia e os outros se sentem livremente movidos a responder e atuar da mesma maneira.


Serviço e testemunho sempre vão juntos, um e outro se identificam. Nosso mundo tem necessidade daquilo que é autêntico: e o que é mais autêntico que as palavras de Deus? que mais autêntico do que quem dá o Espírito sem medida? «Ele dá o espírito sem medida» (Jo 3,34)


«Acreditar no Filho» quer dizer ter vida eterna, significa que o dia do Juízo não pesa em cima do crente porque já foi julgado e com um juízo favorável; no entanto, «Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele» (Jo 3,36)..., enquanto não acredite.

Formação

O TERCEIRO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
DOMINGO É DIA DE SANTA MISSA

O terceiro mandamento do decálogo ressalta a santidade do sábado: “O sétimo dia é sábado, repouso absoluto em honra do Senhor” (Ex 31,15). Este dia marca também a libertação de Israel da escravidão do Egito e a Aliança que Deus estabeleceu com o povo. As pessoas devem interromper o trabalho e tomarem novo fôlego. Neste dia, portanto, se recorda a festa da liberdade humana. 

Jesus reconheceu a santidade do sábado e, com a Sua autoridade divina, deu-lhe a Sua interpretação autêntica: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado» (cf. Mc 2,27). Os cristãos trocaram a celebração deste dia pelo domingo, em virtude da Ressurreição de Cristo, que se torna o Dia do Senhor.

O domingo é o dia da Ressurreição de Jesus Cristo. Como «primeiro dia da semana» (cf. Mc 16,2) ele evoca a primeira criação. E como «oitavo dia», que segue o sábado, significa a nova criação, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Tornou-se assim para os cristãos o primeiro de todos os dias e de todas as festas: o dia do Senhor, no qual Ele, com a Sua Páscoa, leva à realização a verdade espiritual do sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus.

Os cristãos devem santificar o domingo e as festas de preceito participando na Eucaristia do Senhor e abstendo-se também das atividades que o impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor ou o devido descanso da mente e do corpo. São permitidas as atividades ligadas a necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do domingo, à vida de família e à saúde. 

O beato João Paulo II, na Carta Apostólica Dies Domini, afirma que o domingo, dia do Senhor — como foi definido, desde os tempos apostólicos, mereceu sempre, na história da Igreja, uma consideração privilegiada devido à sua estreita conexão com o próprio núcleo do mistério cristão. O domingo, de fato, recorda, no ritmo semanal do tempo, o dia da Ressurreição de Cristo. É a Páscoa da semana, na qual se celebra a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o cumprimento n'Ele da primeira criação e o início da «nova criação» (cf. II Cor 5,17).

Desta forma, o domingo é um verdadeiro serviço ao bem da sociedade, porque é um sinal de resistência contra a liquidação do ser humano pelo mundo do trabalho, por isso, os cristãos dos países marcados pelo Cristianismo devem não somente solicitar a proteção estatal para este dia, como também não exigir aos outros o trabalho que eles não querem fazer nesse dia [domingo].

Portanto, deve-se reconhecer civilmente o domingo como dia festivo, para que todos possam gozar de repouso suficiente e de tempo livre para cuidar da vida religiosa, familiar, cultural e social e dispor de tempo propício para a meditação, reflexão, silêncio e estudo; assim como para praticar boas obras, servir os doentes e os anciãos.

Enfim, o cristão católico é chamado a participar da Santa Missa aos domingos, deixando de lado todos os trabalhadores que o impedem de adorar a Deus e de viver este dia nas suas dimensões de festa, alegria, descanso e restabelecimento. Razão pela qual é de interesse central para cada cristão católico “santificar” o domingo e outras festas de guarda.

(Texto Catecismo da Igreja Católica)

Santo do Dia

Santo Expedito
 
Expedito, era chefe da 12a Legião romana, então estabelecida em Melitene, sede de uma das províncias romanas da Armênia. Ocupava esse alto posto porque o imperador Diocleciano tinha-se mostrado, no começo de seu reinado, favorável aos cristãos, confiando-lhes postos importantes na administração e no exército.

Essa legião era conhecida como a "Fulminante", nome que lhe havia sido dado em memória de uma façanha que se tornou célebre. Foi sob Marco Aurélio, durante a campanha da Alemanha. O imperador, estabelecido em um campo fortificado, na região dos Quades, isto é, na atual Hungria, se havia deixado cercar pelos bárbaros. Era pleno verão.

A água faltava e a 12a Legião, recrutada, era em grande parte cristã. Seus soldados se reuniram fora do campo, ajoelharam e oraram, como oram os cristãos. Depois, retomaram logo a ofensiva, mas, mal tinham começado, uma chuva abundante se pôs a cair, e fez recuar os inimigos. Subitamente, os raios e o granizo caíram sobre o exército inimigo com tal violência, que os soldados debandaram em pânico indescritível. O exército romano estava salvo e vencedor.

Como se vê, santo Expedito estava à testa de uma das mais gloriosas legiões romanas, encarregada de guardar as fronteiras orientais contra os ataques dos bárbaros asiáticos. Mas a história da Igreja é bastante pobre em detalhes sobre a vida de seus chefes que se distinguiram no comando pelas virtudes de cristãos e de lealdade à causa por que lutavam, como exemplo das mais belas virtudes.

"Expedito" ficou sendo o nome do chefe, apelido dado por exprimir perfeitamente o traço dominante de seu caráter: a presteza e a prontidão com que agia e se portava, então, no cumprimento de seu dever de estado e, também, na defesa da religião que professava. Era assim que os romanos davam, freqüentemente, a certas pessoas um apelido, o qual designava um traço de seu caráter.

Desse modo, Expedito designa, para nós, o chefe da 12a Legião romana, martirizado com seus companheiros em Melitene, no dia 19 de abril de 303, sob as ordens do imperador Diocleciano. Seu nome, qualquer que seja a origem de sua significação, é suficiente para ser reconhecido no mundo cristão, pois condiz, com a generosidade e com o ardor de seu caráter, que fizeram desse militar um mártir.

Desde seu martírio, Expedito tem se revelado um santo que continua atraindo devotos em todo o mundo. Além de padroeiro das causas urgentes, santo Expedito também é conhecido como padroeiro dos militares, dos estudantes e dos viajantes. Ele era militar e, se já não bastasse a tradição que envolve o seu nome, temos a da sua conversão. Conta-se que, assim que resolveu se converter, uma tentação se manifestou em forma de corvo. O animal gritava "Crás! Crás!", que significa, em latim, "Amanhã! Amanhã!". O que se esperava era que ele adiasse o batismo, mas Expedito teria pisoteado o corvo e gritado: "Hodie! Hodie!", ou seja, "Hoje! Hoje!". E assim agiu.



Obs: Hoje a Igreja também celebra o dia de São Leão IX e Santa Ema.