quinta-feira, março 15, 2012

Bíblia Sagrada


PROVÉRBIOS

Por uma ficção literária o livro dos Provérbios é atribuído a Salomão. Menciona, com efeito, o Primeiro livro dos reis (4:29-34) que Salomão produziu numerosíssimos provérbios de sabedoria. Na realidade, o livro dos Provérbios, é uma coleção composta de oito partes:

1.     1-  A primeira é formada por 6 exortações, entrecortadas de evocações poéticas, nas quais a sabedoria personificada entre em cena e pronuncia os seus discursos.

2.     2 - A grande coleção salomônica de provérbios que tratam dos vários estados da vida.

3.    3   e 4.   Duas pequenas coleções atribuídas aos “sábios”.
4.       
5.   5 - Provérbios salomônicos recolhidos “pela gente do rei Ezequias”.

6.   6 - Um fragmento atribuído a Agur, filho de Jaque, autor, aliás, desconhecido.

7.   7 - Uma coleção de conselhos de uma rainha-mãe a seu filho.

8.  8 - Enfim, um poema acróstico de acordo com as letras do alfabeto que faz o elogio da mulher forte.

Entre as sentenças contidas neste livro, grande parte é de origem popular, como os rifões, importante fragmento (cap. 10:22 e cap. 25:29) é atribuído a Salomão, sem que se possa decidir com exatidão qual seja a parte que esse rei possa ter tido na sua redação.

Os provérbios atribuídos aos sábios, aliás, desconhecidos, devem ter sido compostos antes do exílio, embora os caps. 30 e 31 pareçam posteriores a eles.

A primeira parte (cap. 1-18) é considerada atualmente como uma composição feita depois do exílio. Ignora-se a data da constituição definitiva deste livro sob a sua forma atual, apenas devemos supor que ela tenha sido feita depois que apareceu o Eclesiástico (no começo do segundo século a.C), porque esse livro é aí mencionado.

Acham-se no livro dos Provérbios numerosas passagens nas quais se pode descobrir frisante parentesco com textos anteriores egípcios e orientais. Não sabemos em que medida o autor inspirado se utilizou de predecessores estrangeiros, mas é certo que também os Hebreus sofreram a influência dessas grandes civilizações. Dizendo influência, não entendemos uma dependência completa. A moral dos provérbios, fundada na crença e na revelação de um único Deus, mostra-se superior a todos os produtos pagãos da mesma espécie.

Ressalta no livro um conceito puríssimo de Deus, de um Deus insondável, justo, benevolente, misericordioso e criador.

Do ponto de vista moral, a humanidade é dividida em duas categorias: os sábios e insipientes. Por sábio deve-se entender todo aquele que é inteligente, bem avisado, virtuoso e íntegro. Entre os insipientes devem ser enumerados os maus, os mentirosos, os negadores, os ladrões, os malfeitores, os perjuros. O autor insiste particularmente nas virtudes da caridade, justiça, prudência, moderação e discrição. Por outro lado, ele investe contra os vícios da embriaguez, da gula, luxúria e da preguiça.

De modo especial acentua a piedade filial e a educação das crianças. Igualmente se pode reconstruir um verdadeiro código de direito régio e de equidade judicial, reunindo-se os fragmentos dispersos que tratam dessas questões.

Em todo o livro se manifesta viva fé numa retribuição, recompensa ou castigo. Mas não existe ainda a ideia de uma vida eterna.

A região dos mortos aparece sempre (como também em Jó e nos Salmos) como um lugar de tristeza no qual as sombras se detêm num estado mais de morte do que de vida.

A moral, tal como a lemos nesse livro, poderá parecer a uma consideração superficial muito primitiva. De fato, os autores desse livro limitaram seu interesse a normas de caráter prático. Entretanto, os sábios israelitas sabiam proclamar que a verdadeira sabedoria ultrapassava infinitamente a simples virtude da prudência. 

Assim é que aí se nos depara a célebre máxima: “O temor do Senhor é o começo da sabedoria” (1:7 e 9:10).
Essa sabedoria só pode provir de Deus mesmo (8:22), é ela que nos faz compreender algo da justiça e dos juízos de Deus (2:5-9), como é ela também que produz a verdadeira humildade (15:33).

No livro dos Provérbios, urge-se saber-se espigar, haverá sempre alguma espiga a ajuntar-se. Entretanto, devemos separar cuidadosamente um feixe do outro, assim as 6 exortações do sábio ao seu filho (cap. 1 – 20), as curiosas máximas numéricas do cap. 30 e o poema sobre a mulher forte do cap. 31.


 ***Amanhã falaremos sobre o livro do Eclesiastes.***

Reflita

“Quando a Graça de Deus se encontra com um espírito Puro e Batalhador, os Milagres acontecem” - Pe. Léo.

Vídeo Especial

O tema do nosso vídeo de hoje é "As riquezas do Vaticano".



Evangelho do Dia

LUCAS 11:14-23

Naquele tempo, 14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”.
16
Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra.
18
Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes.
20
Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou.
23
Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa”. 

Hoje, na proclamação da Palavra de Deus, reaparece a figura do diabo: «Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas» (Lc 11,14). Cada vez que os textos nos falam do demônio, nos sentimos um pouco incômodos. Em todo caso, é verdade que o mal existe, e que tem raízes tão profundas que nós não podemos conseguir eliminar-las totalmente. Também é verdade que o mal tem uma dimensão muito ampla: vai “trabalhando” e não podemos de nenhuma maneira dominá-lo. Mas Jesus veio combater essas forças do mal, ao demônio. Ele é o único que o pode expulsar.

Jesus foi caluniado e acusado: o demônio é capaz de conseguir tudo. Enquanto que as pessoas se maravilham do que Jesus Cristo tem feito, «Mas alguns disseram: ‘É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios’» (Lc 11,15).


A resposta de Jesus mostra o absurdo do argumento de quem o contradiz. Esta resposta é para nós um chamado à unidade, à força que supõe a união. A desunião, no entanto, é um fermento maléfico e destruidor. Exatamente, um dos signos do mal é a divisão e a falta de entendimento entre uns e outros. Infelizmente, o mundo atual está marcado por este tipo de espírito do mal que impede a compreensão e o reconhecimento entre uns e outros.


É bom que meditemos qual é nossa colaboração neste “expulsar demônios” ou eliminar o mal. Perguntamo-nos: Ponho o necessário para que o Senhor expulse o mal de meu interior? Colaboro suficientemente neste “expulsar”? Porque «Pois é do coração que vêm as más intenções: crimes, adultério, imoralidade, roubos, falsos testemunhos, calúnias» (Mt 15,19). É muito importante a resposta de cada um, ou seja, a colaboração necessária a nível pessoal.


Que Maria interceda ante Jesus, seu Filho amado, para que expulse de nosso coração e do mundo qualquer tipo de mal (guerras, terrorismo, maus tratos, qualquer tipo de violência). Maria, Mãe da Igreja e Rainha da Paz, rogai por nós!

Sacramentos

O SACRAMENTO DA ORDEM
Um sacramento de serviço.

Continuando nossa série a respeito dos sacramentos, apresentamos hoje o sacramento da Ordem. Juntamente com o Matrimônio são chamados de sacramento de serviço. Assim, quem é batizado e confirmado (crismado) pode também assumir um serviço especial, pondo-se a serviço de Deus. Isso acontece mediante os sacramentos da Ordem e do Matrimônio, por isso os mesmos são chamados sacramentos a serviço da comunhão e da missão, eles conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus, contribuindo em especial para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros.

A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Seus apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até o fim dos tempos. Nela quem é ordenado recebe o dom do Espírito Santo, concedido por Cristo pelo bispo e que lhe dá autoridade sagrada.  Nele o sacerdote continua sobre a terra a obra redentora de Cristo, afirma São João Maria Vianney.

Chama-se Ordem este sacramento, pois indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer parte, mediante uma especial consagração (Ordenação), que, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo para o serviço do povo de Deus. Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja: o episcopado, o presbiterado e o diaconato.
Os sacerdotes na Antiga Aliança encararam a sua missão como uma mediação entre o celeste e o terreno, entre Deus e o Seu povo. Sendo Cristo, o único mediador entre Deus e a humanidade (cf. I Tm 2,5), Ele aperfeiçoou e concluiu este sacerdócio. Depois de Cristo, o sacerdócio só pode existir em Cristo, na imolação de Cristo na cruz e pelo chamamento e  envio apostólico de Cristo.

O efeito da ordenação episcopal confere a plenitude do sacramento da Ordem, faz do bispo o legítimo sucessor dos apóstolos, confere-lhe a missão de ensinar, santificar e governar. O ministério do bispo é, no fundo, o ministério pastoral da Igreja, porque remonta às testemunhas de Jesus.

Ao presbítero a ordenação assinala nele, pela unção do Espírito, um carácter espiritual indelével, configura-o a Cristo Sacerdote e torna-o capaz de agir em nome de Cristo Cabeça. Sendo cooperador da Ordem episcopal, ele é consagrado para pregar o Evangelho, para celebrar o culto divino, sobretudo a Eucaristia, da qual o seu ministério recebe a força, e para ser o pastor dos fiéis.

Na ordenação diaconal o diácono, configurado a Cristo servo de todos, é ordenado para o serviço da Igreja sob a autoridade do bispo, em relação ao ministério da Palavra, do culto divino, da condução pastoral e da caridade.

Para cada um dos três graus, o sacramento da Ordem é conferido pela imposição das mãos sobre a cabeça do ordinando por parte do bispo, que pronuncia a solene oração consecratória. Com ela, o bispo invoca de Deus, para o ordinando, a especial efusão do Espírito Santo e dos Seus dons, em ordem ao ministério.

Somente o batizado de sexo masculino pode receber esse sacramento. A Igreja reconhece-se vinculada a esta escolha feita pelo próprio Senhor. Ninguém pode exigir a recepção do sacramento da Ordem, antes deve ser considerado apto para o ministério pela autoridade da Igreja. Esse sacramento dá uma especial efusão do Espírito Santo, que configura o ordenado a Cristo na Sua tríplice função de Sacerdote, Profeta e Rei, segundo os respectivos graus do sacramento. A ordenação confere um caráter espiritual indelével: por isso não pode ser repetida nem conferida por um tempo limitado.

Os sacerdotes ordenados, no exercício do ministério sagrado, falam e agem não por autoridade própria, nem sequer por mandato ou delegação da comunidade, mas na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Portanto, o sacerdócio ministerial difere essencialmente, e não apenas em grau, do sacerdócio comum dos fiéis, para o serviço no qual Cristo o instituiu.

Portanto, os sacramentos da Igreja ora são presididos, ora são assistidos (matrimônio) pelos ministros ordenados, desta forma, para a vida da Igreja e dos fiéis é indispensável que haja homens dispostos a se doar inteiramente ao Evangelho. Por isso é importante que toda a Igreja reze suplicando ao Senhor que suscite no coração dos batizados sinceras e santas vocações ao sacramento da Ordem.

Fonte: CIC

Santo do Dia

São Longuinho
 
Longuinho viveu no primeiro século, e dele muito se falou e escreveu, sendo encontrado em todos os registros contemporâneos da Paixão de Cristo. Existem citações sobre ele nos evangelhos, epistolas dos Santos Padres, e martirológios tanto orientais como nos ocidentais. Estes relatos levaram a uma combinação de diferentes situações, mas, em todas foi identificado como um soldado centurião presente na cena da Crucificação.

Os apóstolos escreveram que ele foi o primeiro a reconhecer Cristo como "o filho de Deus" (27:54 Mateus; 15:39 Marcos; 23:47 Lucas). Em meio ao coro dos insultos e escárnios, teria sido a única voz favorável a afirmar Sua Divindade. Identificado pelo apóstolo João (19:34), como o soldado que "perfurou Jesus com uma lança". Fato este que o definiu como um soldado centurião e que lhe deu o nome Longuinho, derivado do grego que significa "uma lança". Outros textos dizem que era o centurião, comandante dos poucos soldados que guardava o sepulcro do crucifixo, e que presenciava as crucificações, portanto presenciou a de Jesus. Depois, da qual, se converteu.

Segundo a tradição,os crucificados tinham seus pés quebrados para facilitar a retirada da cruz, mas, como Jesus já estava com os pés soltos, um dos soldados perfurou o lado do seu corpo com uma lança. O sangue que saiu deste ferimento de Jesus respingou em seus olhos. Caindo em si, comovido e tocado pela graça, o soldado se converteu. Abandonou para sempre o exército e sua moradia, se tornou um monge que percorreu a Cesarea e a Capadócia, atual Turquia, levando a palavra de Cristo e mais tarde, promovia prodígios pela graça do Espírito Santo.

Entretanto, o governador de Cesarea, que estava irritado com a conversão de seu secretário, descobriu sua identidade de centurião e o denunciou a Poncio Pilatos em Jerusalém. Este, acusou Longuinho de desertor ao imperador e o condenou a morte, caso não oferecesse incenso no altar do imperador, renegando a fé. Longuinho se manteve fiel a Cristo, por isto foi torturado, tendo seus dentes arrancados, a língua cortada e, depois, decapitado.

No Oriente são inúmeros os dias do calendário para as suas homenagens, o mais freqüente ainda é em 16 de Outubro. Na Europa e nas Américas, a comemoração ocorre no dia 15 de Março, como indica o Livro dos Santos do Vaticano.

São Longuinho, à luz de muitas tradições, comumente é invocado pelos devotos para encontrar objetos perdidos. Os artistas ao longo do tempo foram atraídos pela singularidade de sua figura e o representaram em suas obras na cena da crucificação, com lança ou sem lança, mas sempre presente. Em Roma, na basílica de São Pedro, na base de um dos quatro pilares que sustentam a imensa cúpula que cobre o espaço do altar do trono do Sumo Pontífice, está a estátua do centurião São Longuinho, que foi o primeiro a acreditar na divindade de Cristo.

Obs: Hoje a igreja também celebra o dia de Santa Luísa de Marillac e São Clemente Maria Hofbauer.