quarta-feira, abril 18, 2012

Bíblia Sagrada


EZEQUIEL

Quando Jerusalém foi tomada pela primeira vez por Nabucodonosor, em 599, o rei, as autoridades do reino, os altos comerciantes, e sete mil guerreiros foram deportados para Babilônia. Não se tratava propriamente de um cativeiro, mais de um exílio. Receberam os deportados autorização para se estabelecerem onde quisessem, para cultivar terras, comerciar e dedicarem-se às indústrias e, por fim, para se organizarem em comunidades. O que mais lhes causava pesar não era propriamente o cativeiro, mas as saudade da pátria e da vida religiosa nacional, bem como a decepção de se verem misturados com povos pagãos. Israel conheceu nesse momento uma época de sombrio desespero (Salmo 136).

Infelizmente, sob a influência dos pagãos, o povo eleito foi-se deixando corromper e foi adotando os ritos da idolatria e os costumes depravados dos vencedores. Foi então que surgiu Ezequiel, em 593.

Enviado por Deus aos deportados, cuja vida manifestava que não tinham compreendido a lição do castigo, Ezequiel exercia no exílio a mesma missão de Jeremias, relativamente aos Israelitas que permaneceram na Palestina.

Ao povo, que ainda guardava falsa esperanças, anunciou a destruição de Jerusalém. Realizou-se esta, e uma nova deportação veio aumentar o número de exilados. Interpreta-a o profeta como um castigo divino pela infidelidade, principalmente dos chefes, que em geral deram ao povo o exemplo da corrupção. É esse o assunto dos 33 primeiros capítulos deste livro.

Mas a mensagem do profeta daí em diante muda de caráter. Ei-lo que exalta o novo Pastor do Povo de Deus, anunciando a ressureição de Israel, a restauração do templo e o reestabelecimento de uma ordem de coisas na qual, sob a direção divina, reinará a justiça.

Entre os profetas, Ezequiel é conhecido pela linguagem intrépida e pelo estilo imaginativo.

A visão na qual Deus lhe revela sua missão tornou-se célebre (cap. 1 a 5). Foi-lhe dado contemplar a glória divina. Apesar da detalhada descrição que aí lemos, mal podemos representar com exatidão essa aparição divina. Com efeito, Deus não pode ser descrito. É impossível a inteligência humana compreender a divindade. Ante a glória divina toca ao homem humilhar-se sem discutir.

Celebrizou-se Ezequiel também pelas estranhas ações simbólicas, narradas nos capítulos 4, 5, e 12; são uma espécie de “histórias sem palavras”, cujo sentido é claro para os expectadores e que, aliás, o próprio profeta por vezes explica.

Encontrar-se-á em Ezequiel, expresso pela primeira vez, o ensinamento da responsabilidade individual. Acredita-se então, e isso servia de excusa, que era por causa dos pecados dos antepassados que sofriam todas as espécies de castigos, como o próprio cativeiro. O profeta expõe categoricamente o princípio da responsabilidade e do merecimento pessoal (14 e 18).

Deparam-se nos particularmente 3 trechos que podem causar espanto pelas expressões ousadas: os capítulos 16, 20, 23. Para compreendê-los devidamente, urge lembrar-nos de que o profeta compara a união do povo eleito com seu Deus à união de um esposo com sua esposa. Ele chama de adultério toda a infidelidade para com Deus e prostituição todo o ato de idolatria.

Os capítulos 34 a 36, que se referem à restauração, devem ser lidos cautelosamente, bem como o capítulo 37, que, pela famosa visão dos ossos ressequidos, anuncia a renovação que Deus sabe operar nas almas desesperadas.

Nos capítulos 40 a 48, lemos a visão do novo templo e do novo estado judaico, devemos interpretá-los mais como um sermão do que como um plano verdadeiro. O sentido dessa descrição consiste em salientar que o santuário e o culto divino centralizarão toda a vida nova.

Reflita

“A sua casa deve ser uma escada para o Céu”. - Pe. Pio

Vídeo Especial

O tema do vídeo de hoje é "A Igreja proíbe a cremação de corpos".



Evangelho do Dia

JOÃO 3:16-21

16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.
19
Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus. 

Hoje, diante de opiniões que sugere a vida moderna, pode parecer que a verdade já não existe —a verdade sobre Deus, a verdade sobre os temas relativos ao gênero humano, a verdade sobre o matrimônio, as verdades morais e, por último, a verdade sobre mim mesmo.

A passagem do Evangelho de hoje identifica a Jesus Cristo como «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6). Sem Jesus só encontramos desolação, falsidade e morte. Só há um caminho, e só um que leve ao céu, que se chama Jesus Cristo.


Cristo não é uma opinião a mais. Jesus Cristo é a autêntica Verdade. Negar a verdade é como insistir em fechar os olhos diante da luz do Sol. Você goste ou não, o Sol sempre estará aí; mas o infeliz escolheu livremente fechar seus olhos diante do Sol da verdade. De igual forma, muitos se consomem em suas carreiras com uma tremenda força de vontade e exigem empregar todo seu potencial, esquecendo que tão somente podem alcançar a verdade sobre si, caminhando junto a Jesus Cristo.


Por outro lado, segundo Bento XVI, «cada um encontra seu próprio bem assumindo o projeto que Deus tem sobre ele, para realizá-lo plenamente: no entanto, encontra em tal projeto sua verdade e, aceitando esta verdade, se faz livre (cf. Jo 8,32)» (Encíclica "Caritas in Veritate"). A verdade de cada um é uma chamada a converter-se no filho ou na filha de Deus na Casa Celestial: «Porque esta é a vontade de Deus: tua santificação» (1Tes 4,3). Deus quer filhos e filhas livres, não escravos.


Em realidade, o “eu” perfeito é um projeto comum entre Deus e eu. Quando buscamos a santidade, começamos a mostrar a verdade de Deus em nossas vidas. O Papa disse de uma forma muito bonita: «Cada santo é como um raio de luz que sai da Palavra de Deus» (Exortação apostólica "Verbum Domini").

Formação

A FORÇA DO AMOR
Maria Madalena nos ensina a sermos movidos pelo amor.

Era bem de madrugada, ainda escuro, o silêncio e o frio daquele amanhecer denunciavam que algo diferente estava para acontecer. Madalena, no entanto, continuava a caminho, rompendo a escuridão da madrugada com passos apressados; ela tinha um destino certo. Seu coração, tomado pelo amor, não se deixava abalar nem mesmo pelos comentários das companheiras; para ela, eram ecos de preocupações momentâneas que não vinham ao caso: – "Quem vai tirar a pedra do túmulo?" Dizia uma. – "E os soldados romanos, o que vamos dizer para eles?" Comentava outra. 

Madalena, no entanto, seguia em frente, era movida pelo amor, quem a poderia deter? Seu destino era o túmulo do amado Mestre. Queria prestar-Lhe a última homenagem, estar perto d'Ele e amá-Lo do seu jeito, como sempre inovador. Sim, ela sabia mais do que ninguém que Ele estava morto. Acompanhou Seus últimos passos neste mundo, esteve aos pés da cruz quando ele foi crucificado, viu onde colocaram Seu Corpo sem vida. Para ela não havia dúvidas, o Mestre estava morto e sepultado!

Mas é a força do amor que faz Madalena sair de madrugada, enfrentando o clima de perigo e perseguição daqueles dias, quando até os discípulos mais próximos de Jesus estavam escondidos e temerosos. Será que essa mulher de fé também não sentia medo, visto que seu Senhor já não poderia defendê-la das pedradas e julgamentos como fizera outrora? Provavelmente sim, mas o amor supera o medo! 

Basta lembrarmos quantas vezes na vida já enfrentamos situações de perigo por esse sentimento nobre. Aliás, já foi muitas vezes provado que o “amor é a força mais poderosa que existe." Por isso ele supera também o medo. Diz a Palavra que, quando Maria Madalena viu Jesus Ressuscitado, recebeu d'Ele a missão de comunicar a Boa Notícia aos discípulos e foi correndo ao encontro deles. E sabe o que aconteceu? Os discípulos tiveram dificuldade de acreditar nela. Julgaram ser tudo isso um delírio e não lhe deram atenção como narra o Evangelista João (cf. Jo 24, 11).

Eles tinham lá suas razões. Claro que lendo a narrativa nos dias de hoje, parece-nos um absurdo eles não terem acreditado na mesma hora e terem tomado parte da alegria de Madalena, mas  pensemos no contexto. Eles estavam inseguros, o Mestre em quem confiavam e esperavam que libertasse Israel havia sido crucificado e já fazia três dias. Estavam decepcionados e a decepção endurece o coração e o fecha à graça  das novidades. Não tinham mais referências, e só o que já passou pela dor da perda sabe como é difícil acreditar de novo quando tudo parece perdido.

Nessas horas, as palavras pouco resolvem, é preciso tempo, testemunho, decisão e amor para voltar a crer e contemplar milagres. Testemunho eles tinham, Madalena estava ali de viva voz afirmando: "Eu vi o Senhor!" Não há comentários sobre a insistência dela para que acreditassem no que dizia, mas imagino que não se deteve nisso. Naquela hora, mais importante do que acreditarem em suas palavras, era seu entusiasmo e a alegria em ter reencontrado o Mestre vitorioso, vencedor da morte! 

E os discípulos? Como vemos na Sagrada Escritura, também tiverem seu momento de encontro com o Senhor Ressuscitado e acreditaram decididamente n'Ele, o ponto de a maioria deles ter dado a vida pela causa do Mestre. Mas foi a força revolucionária do amor que levou Maria Madalena, ainda de madrugada, ao sepulcro e a fez primeira testemunha da ressurreição. Porque o amor vence o medo, ultrapassa os preconceitos da razão, vai além das palavras e leva à ação. Maria Madalena e tantos outros seguidores de Jesus fizeram esta experiência e se tornaram sinais da Sua presença neste mundo. 

Que hoje a luz de Cristo Ressuscitado ilumine nossos corações e nos faça também testemunhas da Sua Ressurreição a partir da nossa decisão de amar como Cristo nos amou. Esta força, sim, pode revolucionar o mundo!

(Texto de Djanira Silva)

Santo do Dia

São Galdino
 
Galdino nasceu em 1096 e cresceu em Milão, na Porta Oriental, no início do século XII, e ali também se tornou religioso, passando logo a auxiliar diretamente o arcebispo Oberto de Pirovano. Juntos enfrentaram um inimigo pesado, o antipapa Vitor IV, que, apoiado pelo imperador Frederico, o Barbaroxa, oprimia violentamente para dominar o mundo.

Como Milão fazia oposição, a cidade foi simplesmente arrasada em 1162. O arcebispo e Galdino só não morreram porque procuraram abrigo junto ao papa oficial, Alexandre III.
Mas logo depois Oberto morreu, e o arcebispado precisava de alguém que continuasse sua luta. O papa não teve nenhuma dúvida em nomear o próprio Galdino e consagrou-o bispo, pessoalmente, em 1166.

Galdino não decepcionou sua diocese católica. Praticava a caridade e instigava todos a fazê-lo igualmente. Pregava contra os hereges, convertia multidões e socorria também os pobres que se encontravam presos por causa de dívidas, geralmente vítimas de agiotagem.

A esses serviu tanto que suas visitas de apoio receberam até um apelido: "o pão de são Galdino". Uma espécie de "cesta básica" material e espiritual, pois dava pão para o corpo e orações, que eram o pão para o espírito. Foi uma fonte de força e fé para lutar contra os opressores.

Mas tudo isso era feito paralelamente ao trabalho político, pois no plano da diplomacia defendia seu povo e sua terra em tudo o que fosse preciso. Morreu no dia 18 de abril de 1176, justamente no instante em que fazia, no púlpito, um sermão inflamado contra os pecadores, os hereges, inimigos da Igreja, e os políticos, inimigos da cidade. Quando terminou o sermão emocionado, diante de um grande número de fiéis e religiosos, caiu morto de repente.