segunda-feira, março 05, 2012

Bíblia Sagrada


OS DOIS LIVROS DE MACABEUS

Os dois livros de Macabeus eram, originalmente, dois escritos distintos um do outro.

Provém-lhes o nome do sobrenome dado a Judas, filho de Matatias, por ocasião a terrível derrota que infligiu os inimigos. Esse sobrenome tornou-se hereditário em toda a sua família. 

O Primeiro livro de Macabeus estende-se por um período de quarenta anos, do ano 175 até 135. Foi redigido na Palestina no começo do primeiro século antes da nossa era, em hebraico ou aramaico, tendo-se perdido esse texto primitivo. Possuímos hoje apenas um texto Grego. Coloca-se o autor num ponto de vista religioso, salientando a predileção divina por Israel, a reação dos judeus que permaneceram fiéis contra o poder sírio que ocupava o território, e a sua luta contra o paganismo grego que ameaçava invadir a comunidade israelita. Aconteceu isto, na época iniciada logo após a morte de Alexandre Magno, em 323.

O seu império por falta de um herdeiro de seu próprio sangue, foi divido entre seus generais, passando à Palestina, juntamente com a Síria, a ser denominada pela dinastia dos seleucos. Um dos seus sucessores, Antíoco Epifanes (175-163), esforçou-se por todos os meios por iniciar os judeus no espírito helênico. Surgiu da parte dos judeus a revolta, denominada macabaica, primeiro só de caráter religioso, em seguida transformada em uma guerra santa de independência, a qual se prolongou por um século, sob a chefia dos descendentes de Macabeus, e terminou com uma verdadeira autonomia nacional.

Foram os Romanos, sob Pompeu, no ano 63 a.C., que reduziram definitivamente essa independência e sujeitaram os judeus. Dominados pela força os judeus alimentavam implacável ódio contra os usurpadores de sua terra e viviam em perene expectativa de uma insurreição. Compreende-se que as esperanças messiânicas se foram tornando ainda mais generalizadas e vivas. O espírito judaico da época caracteriza-se por um misto de legalismo e nacionalismo. Semelhante era o ambiente por ocasião da aparição de Jesus Cristo.

Neste livro salienta-se particularmente os sentimentos de fé: uma fé ardente, acompanhada de um sentido quase exagerado da infinidade de um único Deus, de uma inviolável fidelidade à lei e de um apego fanático a cidade santa de Jerusalém.

O Segundo livro dos Macabeus, muito diferente do primeiro quanto ao fundo e quanto à forma, narra alguns episódios da primeira parte da luta, descrita no livro precedente. A obra foi redigida em grego mais ou menos no ano 100 a.C., por um judeu que, cuidadosamente, resumiu um escrito não inspirado, composto por Jason de Cirene no ano 160.

O escopo dessa obra é, antes de tudo, a edificação religiosa. Desse modo, temos ante os olhos narrações mais episódicas do que históricas. São-nos apresentados heróis  e ações heroicas que testemunham uma fé ardente e viva, que não se arrefece nem mesmo perante o martírio. A sua finalidade imediata é avivar o sentimento patriótico dos judeus que residiam em Alexandria. 

Acha-se neste livro o testemunho de uma crença até certo ponto nova nos ensinamentos religiosos dos judeus: a fé na imortalidade da alma. É só neste livro e no livro da Sabedoria que se manifesta esse desenvolvimento na revelação, sendo ele o último a ser escrito antes do evangelho.

A leitura dos livros dos Macabeus apresenta menos riqueza em conteúdo religioso do que o resto dos livros históricos. Entretanto, algumas célebres passagens merecem toda a atenção.

No primeiro livro são notáveis:

·         O retrato de Judas Macabeu (cap. 3).

·         A morte de Antíoco Epífanes (cap. 6).

·         A aliança com os romanos (cap. 8).

·         O governo de Simão (cap. 14).

No segundo livro recomenda-se:

·         O prefácio (cap. 2)

·         O episódio de Heliodoro (cap. 3)

·         O martírio de Eleazar e dos sete irmãos. (cap. 6 e 7).



 ***Amanhã começaremos a falar dos livros Sapienciais, começando pelo livro de Jó***

Reflita

"O amor não consiste em sentir grandes coisas, mas em despojar-se e sofrer pelo amado." - São João da Cruz

Vídeo Especial

O tema do nosso vídeo de hoje é "Se Deus sabe o que eu quero porque pedir?"



Evangelho do Dia

LUCAS 6:36-38

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
36
“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”. 

Hoje, o Evangelho segundo São Lucas proclama uma mensagem mais densa do que breve, e note-se que é mesmo muito breve! Podemos reduzi-la a dois pontos: um enquadramento de misericórdia e um conteúdo de justiça.

Em primeiro lugar, um enquadramento de misericórdia. Com efeito, a máxima de Jesus sobressai como uma norma e resplandece como um ambiente. Norma absoluta: se o nosso Pai do céu é misericordioso, nós, como filhos seus, também o devemos ser. E como é misericordioso, o Pai! O versículo anterior afirma: «(...) e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus» (Lc 6,35).


Em segundo lugar, um conteúdo de justiça. Efetivamente, encontramo-nos perante uma espécie de “lei de talião”, nos antípodas (oposta) da que foi rejeitada por Jesus («Olho por olho, dente por dente»). Aqui, em quatro momentos sucessivos, o divino Mestre ensina-nos, primeiro, com duas negações; depois, com duas afirmações. Negações: «Não julgueis e não sereis julgados»; «Não condeneis e não sereis condenados». Afirmações: «Perdoai e sereis perdoados»; «Dai e vos será dado».


Apliquemo-las fielmente à nossa vida de todos os dias, atendendo especialmente à quarta máxima, como faz Jesus. Façamos um corajoso e lúcido exame de consciência: se em matéria familiar, cultural, econômica e política o Senhor julgasse e condenasse o nosso mundo como o mundo julga e condena, quem poderia enfrentar esse tribunal? (Ao regressar a casa e ao ler os jornais ou escutar as notícias, pensemos apenas no mundo da política). Se o Senhor nos perdoasse como o fazem normalmente os homens, quantas pessoas e instituições alcançariam a plena reconciliação?


Mas a quarta máxima merece uma reflexão particular já que, nela, a boa lei de talião que estamos a considerar fica, de alguma forma, superada. Com efeito, se dermos, nos darão na mesma proporção? Não! Se dermos, receberemos — notemo-lo bem — «Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante» (Lc 6,38). É pois à luz desta bendita desproporção que somos exortados a dar previamente. Perguntemo-nos: quando dou, dou bem, dou procurando o melhor, dou com plenitude?

Formação

COMETER ERROS OU FAZER MILAGRES?
Tomar uma decisão nunca foi fácil

Tomar uma decisão nunca foi tarefa fácil, afinal, decidir implica escolher, e escolher uma coisa é inevitavelmente abrir mão de outra. Desta forma, perdas e ganhos se entrelaçam na arte de escolher e viver. A cada dia, a vida nos oferece novas descobertas, e a oportunidade de decidir nos acompanha do nascer ao pôr do sol, estejamos ou não conscientes disso. No entanto, nossas escolhas podem ser até inconscientes, mas não voluntárias. Elas trazem consequências e são impulsionadas por nossos sentimentos, objetivos e tantos outros fatores. Além disso, nossas escolhas trazem também consequências para a vida de outros, já que ninguém vive totalmente isolado neste mundo.

Madre Teresa de Calcutá, em um momento difícil na congregação por ela fundada, escreveu às filhas espirituais (irmãs da caridade): “Sejam amáveis umas com as outras. Prefiro que cometam erros com amabilidade, a que façam milagres com falta dela. Sejam amáveis sempre. Contemplem a amabilidade de Nossa Senhora, vejam como ela falava, como ela agia. Olhem para seu exemplo. Ela podia perfeitamente ter revelado a São José a mensagem do Anjo a respeito do nascimento de Cristo, mas escolheu o silêncio, não disse uma palavra. E a essa altura, vendo seu amor, Deus interveio diretamente em seu favor. Maria guardava todas estas coisas no seu coração, eis a grande lição! E quem nos dera podermos guardar todas as nossas palavras no coração dela.
Para que tanto sofrimento e tantas incompreensões? Basta uma simples palavra, um olhar, uma pequena ação sem amor e o coração da vossa Irmã mergulha na escuridão. Não deve ser assim. Peçam a Nossa Senhora que vos encha o coração de doçura”.

É como se Madre Teresa nos dissesse com a vida até mais do que com as palavras: decidam-se pelo amor, pois esta é a única força que pode mudar o mundo. E por saber do quanto precisamos de referências, ela nos mostra o melhor exemplo: a Virgem Maria. Aliás, acredito que na hora de tomar decisões é sempre muito importante a ajuda de quem nos conhece e nos ama, de preferência que esta pessoa não esteja envolvida no caso. Mesmo que a decisão seja só nossa, outra pessoa pode nos ajudar no sentido de avaliar bem “os dois lados da moeda”.

Tendo em vista que, quando nos sentimos pressionados, corremos o sério risco de agir guiados por nossos sentimentos, pela razão ou por impulsos, mas quase nunca pela verdade. Recordo-me das diversas vezes em que precisei fazer grandes escolhas na vida e acredito que não teria acertado sozinha.
A pressa também é uma grande inimiga neste hora; então, calma! Esperar um momento, deixar a poeira baixar pode ser muito proveitoso para uma boa escolha. Mas atenção! Também não é o caso de deixar a situação ir se prolongando de um dia para outro até nos acostumarmos com ela. A falta de decisão torna a vida pesada, rouba os sonhos e enfraquece a vontade. Já conheci muita gente que perdeu o sentido da vida por medo de fazer uma escolha. É preciso calma, mas não comodismo.

Talvez hoje, ao ler este texto, você se sinta encorajado a tomar uma decisão. Se é o caso, não tenha medo de dar os passos e aceitar o desafio de passar pelo processo necessário da mudança. Pode ser mais fácil do que você imagina, mas só o saberá ao tentar. A natureza nos ensina muito sobre isso. Quando observamos a mesma árvore nas diversas estações do ano, ficamos impressionados como a vida vai se entrelaçando entre perdas e ganhos. Conosco não é diferente e saber perder para ganhar é questão de sobrevivência.

No entanto, que sirva de lição a “cartinha” da Madre Teresa: Entre fazer grande obras e até milagres ou sermos caridosos é preferível optar pela caridade, e o amor, na maioria das vezes, traduz-se no silêncio e na discrição.

Olhemos para Nossa Senhora, ela é o exemplo perfeito de quem decidiu amar na simplicidade sem se preocupar em fazer coisas extraordinárias aos olhos humanos. Inspirados em seu exemplo, tenhamos hoje a coragem de levar luz aos corações em vez de trevas. Madre Teresa fez desta escolha a sua missão durante toda a vida. Em meio às grandes provas pelas quais essa grande mulher de Deus passou vivendo a “noite escura da alma”, escreveu ao seu diretor espiritual: “Um caloroso SIM a Deus e um grande SORRISO para todos são as únicas duas palavras que me mantêm seguindo em frente”, e esta escolha corajosa beneficiou e continua beneficiando a tantos ao longo dos anos que se seguiram.

Tomemos a decisão de seguir em frente com um sorriso nos lábios e um caloroso "sim" a Deus, que nos chama a optarmos pelo amor, mesmo que cometamos erros, pois este certamente é o maior milagre do qual o mundo carece.

(Texto de Djanira Silva)

Santo do Dia

São João José da Cruz
 
Nasceu na ilha de Ischia com o nome de Carlos Caetano Calosirto, aos 15 de agosto de 1654, na cidade de Ponte, Itália, filho do nobre José e de Laura. Recebeu os ensinamentos básicos e os alicerces religiosos frequentando os colégios dos padres agostinianos, na própria ilha.

Aos quinze anos optou pela vida religiosa pela grande vocação que sentia, ingressando na Ordem dos Franciscanos descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos também como alcantarinos, pela austeridade das Regras dessa comunidade, dependentes do convento de Santa Lucia, em Nápolis.

Tomou o nome de João José da Cruz e fez o noviciado sob a orientação monástica do padre José Robles. Em 1671 foi enviando com mais onze sacerdotes, dos quais ele era o mais jovem, para o Piedimonte d'Alife para construírem um convento. Diante das dificuldades encontradas no local não hesitou em juntar as pedras com suas próprias mãos, depois usando cal, madeira e um enxadão fez os alicerces. Estimulando assim os outros sacerdotes e o povo, que no começo acharam que ele era louco, mas, percebendo que estavam errados começaram a ajudá-lo, de modo que um grande convento foi edificado em pouco tempo. João José da Cruz ordenou-se sacerdote em 1677.

Ao completar vinte e quatro de idade foi nomeado mestre dos noviços e, quase ao mesmo tempo, guardião da ordem do convento. Durante a sua permanência em Piedimonte, construiu, num local isolado na encosta do bosque, um outro pequeno convento chamado de "ermo", ainda hoje meta de peregrinações, para poder rezar em retiro. Conseguiu ainda, trabalhando de forma muito ativa e singular, construir o convento do Granelo em Portici, também em Nápolis.

João José da Cruz era muito austero, comia pouco, só uma vez ao dia, dormia poucas horas, tinha o hábito de se levantar a meia noite para agradecer a Deus pelo novo dia. Tornou-se famoso entre o povo por sua humildade e foi venerado ainda em vida pela população por causa de sua extrema dedicação aos pobres e doentes. Fazia questão de ser pobre na vida e na própria personalidade, como São Francisco de Assis, seu modelo de vida.

Em 1702 foi nomeado vigário provincial da Reforma de São Pedro de Alcântara, na Itália. Assim a Ordem, abençoada por Deus, desceu de Norte a Sul, adquirindo um bem espiritual tão grande que chegou ao Vaticano, o qual tornou a reunir os dois ramos dos alcantarinos. Dessa forma o convento de Santa Lúcia voltou para os padres italianos e João Jose da Cruz retornou para lá. Nele viveu mais doze anos na santa austeridade e, segundo os registros da Igreja e a tradição, realizando prodígios e curas para seus amados pobres e doentes. Morreu no dia 05 de março 1734, sendo sepultado nesse mesmo convento.

Foi beatificado pelo papa Gregório XVI, em 1839. As relíquias de São João José da Cruz, foram transferidas para o convento franciscano da ilha de Ischia, onde nasceu, e é venerado no dia se sua morte.

Obs: hoje a igreja também celebra o dia de são Teófilo.