quinta-feira, abril 05, 2012

Bíblia Sagrada


LAMENTAÇÕES

Compõe-se este livro de cinco poemas ou lamentações fúnebres. Os quatro primeiros são exarados, como alguns salmos e o elogio da mulher forte (Pr32), em forma de acróstico, começando cada estrofe por uma letra do alfabeto. O quinto é uma oração.

Foram compostos durante os anos que se seguiram a destruição de Jerusalém, em 586. Não podemos afirmar com absoluta certeza se foi Jeremias seu autor, todavia não é impossível que o tenha sido. Esse livro era lido todos os anos na comunidade judaica, no dia do aniversário da destruição do templo, e era destinado a levar seus ouvintes a reconhecer as próprias faltas e a excitá-los a uma nova confiança na misericórdia de Deus que, apesar de tantos castigos infligidos ao seu povo, permanecia sempre fiel às promessas e à aliança eterna.

Reflita

“Tenha Jesus Cristo em seu coração e todas as cruzes do mundo parecerão rosas.” - Padre Pio

Vídeo Especial

O tema do nosso vídeo de hoje é "Retiro de Semana Santa"



Evangelho do Dia

JOÃO 13:1-15

1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2
Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.
3
Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6
Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.
8
Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”
Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.
9
Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.
10
Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.
11
Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
12
Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.

Hoje lembramos aquela primeira Quinta-feira Santa da história, na qual Jesus Cristo se reúne com os seus discípulos para celebrar a Páscoa. Então inaugurou a nova Páscoa da nova Aliança, na que se oferece em sacrifício pela salvação de todos.

Na Santa Ceia, ao mesmo tempo que a Eucaristia, Cristo institui o sacerdócio ministerial. Mediante este, poderá se perpetuar o sacramento da Eucaristia. O prefácio da Missa Crismal revela-nos o sentido: «Ele escolhe alguns para fazê-los participes de seu ministério santo; para que renovem o sacrifício da redenção, alimentem a teu povo com a tua Palavra e o reconfortem com os teus sacramentos».


E aquela mesma Quinta-feira, Jesus nos dá o mandamento do amor: «Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei» (Jo 13,34). Antes, o amor fundamentava-se na recompensa esperada em troca, ou no cumprimento de uma norma imposta. Agora, o amor cristão fundamenta-se em Cristo. Ele nos ama até dar a vida: essa tem que ser a medida do amor do discípulo, e esse tem que ser o sinal, a característica do reconhecimento cristão.


Mas, o homem não tem a capacidade para amar assim. Não é simplesmente o fruto de um esforço, senão dom de Deus. Afortunadamente, Ele é amor e —ao mesmo tempo— fonte de amor que se nos dá no Pão Eucarístico.


Finalmente, hoje contemplamos o lavatório dos pés. Na atitude de servo, Jesus lava os pés dos Apóstolos, e lhes recomenda que o façam uns aos outros (cf. Jo 13,14).


Há algo mais que uma lição de humildade neste gesto do Mestre. É como uma antecipação, como um símbolo da Paixão, da humilhação total que sofrerá para salvar todos os homens.


O teólogo Romano Guardini diz que «a atitude do pequeno que se inclina ante o grande, ainda não é humildade. É, simplesmente, verdade. O grande que se humilha ante o pequeno, é o verdadeiro humilde». Por isto Jesus Cristo é autenticamente humilde. Ante este Cristo humilde, nossos moldes se quebram. Jesus Cristo inverte os valores humanos e convida-nos a seguí-lo para construir um mundo novo e diferente desde o serviço.

Formação

A SEMANA SANTA É UM TEMPO DE PROFUNDA GRAÇA.

Estamos num período propício que registra um marco, na nossa vida, de transformação, mudança, conversão. Esta semana é um marco da vida de Jesus Cristo, razão pela qual celebramos a Páscoa, a vitória da vida sobre a morte, a ressurreição. Deus sabe que temos necessidade de nos organizar dentro de um tempo. Todos os anos temos essa chance e quando ela chega, a graça de Deus chega com ela. A Semana Santa é um tempo de profunda graça que pode, se nós quisermos, ter o poder de transformar toda a nossa vida.

O segredo para nos desfazermos de uma vida velha, desvalorizada, entristecida, marcada por mágoas, ressentimentos e impulsos de vingança, que traz o peso dos erros e pecados do passado, carregada de culpa pelas más escolhas que fizemos, é dada pela Palavra de Deus, que, como um Pai misericordioso, nos coloca no colo e nos indica o caminho:
“Se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo” (II Cor 5,17).

A sua vida só se torna vida nova quando você está em Jesus. É Deus quem o renova e vem ao seu socorro para lhe dar uma nova chance. Quando você coloca o seu coração nas mãos de Deus, se entrega a Jesus, neste momento é o fim da vida velha e o começo da vida nova, e de deixar passar o que já passou.


O que era velho agora se renova em Cristo. Todas as graças espirituais, afetivas, emocionais e materiais de que precisamos, assim como todos os dons preciosos, vêm de Deus Pai, como nos ensina a Sagrada Escritura. Hoje, o que você precisa virá pelas mãos do Senhor. Tudo vem de Deus por meio de Jesus Cristo, diz a Palavra, que reconciliou a cada um de nós com Ele e nos deu a graça de nos reconciliarmos com Deus Pai ao pôr nas mãos dos homens o ministério da reconciliação, que, de maneira especial, se concretiza no sacramento da confissão. Esse sacramento não vem dos homens, é disposição divina, vinda de Deus.


Atualmente, a confissão é particular, entre o padre e a pessoa, pois esta é uma maneira de não expor publicamente os erros cometidos por ela diante de outras pessoas que podem não ter estrutura e maturidade para não divulgar os pecados dela.


O ministério da reconciliação é uma graça, que passa pelos homens e é dada por Deus. O Senhor nos reconcilia todos os dias com Ele por intermédio desse ministério, pois foi o próprio Deus que, por meio de Cristo, nos reconciliou com Ele. Como? Não levando em conta os delitos da humanidade.


Deus quer reconciliar-se com você e lhe dar a graça de também se reconciliar com Ele, não levando em conta os seus erros [depois de se confessar]. Ele olha para você com misericórdia, quer perdoar-lhe e lhe dar uma palavra de paz e de reconciliação. E, para isso, colocou à disposição homens, que, como servos d’Ele, se prestam a realizar esse ministério. Reconcilie-se com o Senhor porque ainda há tempo, pois estamos no melhor tempo, a Semana Santa, na qual nos preparamos para a Páscoa do Senhor.


A graça de Deus acontece quando encontra um coração disposto a colaborar com Ele. Nós precisamos trabalhar juntos com o Espírito Santo para que a graça não nos escape e dê frutos.

(Texto de Márcio Mendes -Missionário da Comunidade Canção Nova)

Santo do Dia

São Vicente Ferrer
 
Vicente nasceu em Valência, na Espanha, em 1350. Passou a infância e a juventude junto aos padres dominicanos, que tinham um convento próximo de sua casa. Percebendo sua vocação, pediu ingresso na Ordem dos Pregadores (dominicanos) aos dezessete anos.

Vicente estudou em Lérida, Barcelona e Tolosa, doutorando-se em filosofia e teologia, e ordenando-se sacerdote em 1378. Pregador nato, nesse mesmo ano começou sua peregrinação por toda a Europa, durante um período negro da história, quando ocorreu a Guerra dos Cem Anos, quando forças políticas, alheias à Igreja, tinham tanta influência que atuavam até na eleição dos papas.

Assim, quando um italiano foi eleito papa, Urbano VI, as correntes políticas francesas não o aceitaram e elegeram outro, um francês, Clemente VII, que foi residir em Avinhão, na França. A Igreja dividiu-se em duas, ocorrendo o chamado cisma da Igreja ocidental, porque ela ficou sob dois comandos, o que durou trinta e nove anos.

Vicente Ferrer, pregador, já era muito conhecido. Como prior do convento de Valência, teve contato com o cardeal Pedro de Luna, que o convenceu da legitimidade do papa de Avinhão, e Vicente aderiu à causa. Em 1384, o referido cardeal foi eleito papa Bento XIII e habilmente fez do dominicano Vicente seu confessor, sendo defendido por ele até 1416, como fazia Catarina de Sena, sua contemporânea, pelo italiano Urbano VI.

O coração desse dominicano era dotado de uma fé fervorosa, mas passando por uma divisão dessas, e juntando-se o panorama geral da Europa na época: por toda parte batalhas sangrentas, calamidades públicas, fome, miséria, misticismo, ignorância, além da peste negra, que dizimou um terço da população. Tudo isso fez que a pregação de Vicente Ferrer ganhasse a nuance do fatalismo.

Ele andou pela Espanha, França, Itália, Suíça, Bélgica, Inglaterra e Irlanda e muitas outras regiões, defendendo sempre a unidade da Igreja, o fim das guerras, o arrependimento e a penitência, como forma de esperar a iminente volta de Cristo. Tornou-se a mais alta voz da Europa. Pregava para multidões e as catedrais tornavam-se pequenas para os que queriam ouvi-lo. Por isso fazia seus sermões nas grandes praças públicas. Milhares de pessoas o seguiam em procissões de penitência. Dizem os registros da Igreja, e mesmo os que não concordavam com ele, que Deus estava do seu lado. A cada procissão os prodígios e graças sucediam-se e podiam ser comprovados às centenas entre os fiéis.

O cisma da Igreja só terminou quando os dois papas renunciaram ao mesmo tempo, para o bem da unidade do cristianismo. Vicente retirou seu apoio ao papa Bento XIII e, com sua atuação, ajudou a eleger o novo papa, Martinho V, trazendo de novo a união da Igreja ocidental. As nuvens negras dissiparam-se, mas as conversões e as graças por obra de Vicente Ferrer ficarão por toda a eternidade.

Ele morreu no dia 5 de abril de 1419, na cidade de Vannes, Bretanha, na França. Foi canonizado pelo papa Calisto III, seu compatriota, em 1458, que o declarou padroeiro de Valência e Vannes. São Vicente Ferrer foi um dos maiores pregadores da Igreja do segundo milênio e o maior pregador do século XIV.

Obs: hoje a igreja também celebra o dia de Santa Maria Crescencia Hoss e Santa Irene.