terça-feira, junho 21, 2011

Palavras do Papa para os Jovens

Bento XVI: deixar Cristo iluminar a própria vida

Encontro do Papa com jovens em sua visita a San Marino


PENNABILLI, segunda-feira, 20 de junho de 2011 - Bento XVI convidou os jovens da diocese de San Marino-Montefeltro a construir um mundo mais justo e solidário, deixando-se iluminar pelo mistério de Cristo, sem ceder a lógicas individualistas e egoístas.
Depois de uma jornada de visitas, celebrações e encontros em diversas localidades de San Marino, o Papa chegou neste domingo à tarde à pequena localidade de Pennabili, onde teve um encontro com jovens na praça da catedral.

“Não temais enfrentar as situações difíceis, os momentos de crise, as provas da vida, porque o Senhor vos acompanha, está convosco”, afirmou o Pontífice.

Incentivou os jovens a crescerem na amizade com Cristo “através da leitura frequente do Evangelho e de toda a Sagrada Escritura, da participação fiel na Eucaristia como encontro pessoal com Cristo, do compromisso dentro da comunidade eclesial, do caminho com um diretor espiritual válido”.

“Deixai que o mistério de Cristo ilumine toda a vossa pessoa! - convidou. Então podereis levar aos diversos ambientes essa novidade que pode transformar as relações, as instituições, as estruturas, para construir um mundo mais justo e solidário, incentivado pela busca do bem comum.”

“Não cedais a lógicas individualistas e egoístas!”, insistiu, recomendando o testemunho de jovens santos, como Santa Teresa do Menino Jesus, São Domingos Sávio, Santa Maria Goretti, o Beato Pier Giorgio Frassati e o Beato Alberto Marvelli, originário da região.


Busca da verdade

Diante dos milhares de jovens presentes, Bento XVI também se referiu ao sentido da vida, recordando a pergunta do jovem rico do Evangelho: “Bom Mestre, o que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” (Mc 10, 17).

“O homem não pode viver sem esta busca da verdade sobre si mesmo – o que sou, para que devo viver –, verdade que conduz a abrir o horizonte e ir mais além do material”, explicou o Papa.

Com força, Bento XVI incentivou os jovens a não ter medo de refletir sobre “as perguntas fundamentais sobre o sentido e o valor da vida”.

“Não vos detenhais nas respostas parciais, imediatas, certamente mais fáceis no momento e mais cômodas, que podem dar algum momento de felicidade, de exaltação, de ebriedade, mas que não oferecem a verdadeira alegria de viver”, afirmou.

E os convidou a aprender “a refletir, a ler de maneira não superficial, mas em profundidade vossa experiência humana”.

“Descobrireis, com surpresa e alegria, que vosso coração é uma janela aberta ao infinito! Esta é a grandeza do homem e também sua dificuldade.”

O Papa também alertou contra a ilusão de acreditar que o progresso técnico-científico pode proporcionar de maneira absoluta respostas e soluções para todos os problemas da humanidade.

“Na verdade, ainda que isso fosse possível, nada nem ninguém teria podido apagar as perguntas mais profundas sobre o significado da vida e da morte, sobre o significado do sofrimento, de tudo, porque estas perguntas estão inscritas na alma humana, em nosso coração, e superam a esfera das necessidades”, indicou.

“O homem, também na era do progresso científico e tecnológico – que nos ofereceu tanto –, continua sendo um ser que deseja mais, mais que a comodidade e o bem-estar; continua sendo um ser aberto à verdade inteira da existência, que não pode deter-se nas coisas materiais, mas que se abre a um horizonte muito mais amplo.”

“O risco é sempre o de permanecer prisioneiros no mundo das coisas, do imediato, do relativo, do útil, perdendo a sensibilidade para o que se refere à nossa dimensão espiritual”, destacou.

Sem desprezar o uso da razão nem rejeitar o progresso científico, segundo Bento XVI, trata-se de “compreender que cada um de nós não está feito somente de uma dimensão 'horizontal', mas que compreende também a 'vertical'”.

E acrescentou: “Os dados científicos e os instrumentos tecnológicos não podem substituir o mundo da vida, os horizontes do significado e da liberdade, a riqueza das relações de amizade e de amor”.

Após seu encontro com os jovens, o Papa voltou a Roma de helicóptero, depois de um dia de visita pastoral à República de San Marino.
Em agosto, será realizada mais uma Jornada Mundial da Juventude. O destino escolhido pelo Papa Bento XVI é a Espanha.


Mas você sabe qual é a origem desse evento?
Ainda em 1985, o Papa João Paulo II instituiu, em Roma, o Dia Mundial da Juventude, para ser celebrado sempre no Domingo de Ramos.
Depois de alguns anos comemorando a data, o pontífice resolveu lançar também uma jornada que reunisse os jovens do mundo todo. Surgiu então a JMJ.
O objetivo era alcançar uma nova geração católica e evangelizar ao redor do planeta.

No vídeo abaixo, o Cardeal Stanislaw Rylko (Presidente do Conselho Pontifício para os Leigos), conta a história das Jornadas Mundiais da Juventude.

Vale a pena assistir!

Evangelho do Dia

MATEUS 7:6, 12-14

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 6“Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos; para que eles não as pisem com o pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem.
12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. 13Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! 14Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram”! 

Hoje, o Senhor nos faz três recomendações. A primeira, "Não deis aos cães o que é santo, nem jogueis vossas pérolas diante dos porcos" (Mt 7,6), contrastes em que “bens” são associados a “pérolas” e ao “que é santo”; e “cães e porcos” ao que é impuro. São João Crisóstomo ensina que "nossos inimigos são iguais a nós quanto à natureza, mas não quanto à fé". Apesar dos benefícios terrenos serem concedidos igualmente aos dignos e indignos, não é assim quanto às graças espirituais”, privilégio daqueles que são fiéis a Deus. A correta distribuição dos bens espirituais implica em zelo pelas coisas sagradas.
A segunda é a chamada “regra de ouro” (cf. Mt 7,12) , que compendia tudo o que a Lei e os Profetas recomendaram, tal como ramos de uma única árvore: o amor ao próximo pressupõe o Amor a Deus e, dele resulta.
Fazer ao próximo o que se deseja seja feito conosco implica na transparência de ações para com o outro, no reconhecimento de sua semelhança a Deus, de sua dignidade. Por que razão nós desejamos o Bem para nós mesmos? Porque o meio de identificação para ser profundamente reconhecidos é a união com o Criador. Sendo o Bem, para nós, o único meio para a vida em plenitude, é inconcebível sua ausência na nossa relação com o próximo. Não há lugar para o bem onde prevaleça a falsidade e prepondere o mal.
Por fim, a “porta estreita”... O Papa Bento XVI nos pergunta: "O que significa esta ‘porta estreita’? Por que muitos não conseguem entrar por ela? Trata-se de uma passagem reservada a alguns eleitos?" Não! A mensagem de Cristo "nos é dirigida no sentido de que todos podem entrar na vida. A passagem é ‘estreita’, mas aberta a todos; ‘estreita’ porque exigente, requer compromisso, abnegação, mortificação do próprio egoísmo".
Roguemos ao Senhor que realizou a salvação universal com sua morte e ressurreição que nos reúna a todos no Banquete da vida eterna.

Formação

AS CARACTERÍSTICAS DO AMOR
O amor sobrepõe todas as paixões

Quando olhamos a manifestação do Espírito Santo, como o uso dos dons, tocamos na maravilha de Deus, que concede a Seu povo muitas bênçãos. Muitas vezes, nos questionamos: "Será que a ação de Deus se manifesta assim em mim?" Observe: todos esses dons são importantes, porém, a Palavra de Deus nos indica que o amor é o maior de todos os dons. Podemos até fazer bastante barulho, como um sino, mas é o amor que dá consistência à alma.
Você já sentiu um grande vazio em sua alma? Esse vazio se dá pela falta do Deus-Amor em nossa vida, se não amamos e não nos deixarmos amar sempre nos sentiremos vazios. Todas as nossas atitudes precisam ser por amor. Existem muitas pessoas que vivem correndo e movendo mundos e fundos, fazem muito, mas não amam nem se deixam amar.
Na vida o que realmente faz diferença são as pessoas que estão ao nosso lado; os idosos sabem bem disso. É desesperador quando alguém afasta de si as pessoas que o amam. E você pode se perguntar: "Não é a caridade que salva?" Podemos até fazer boas obras com a intenção de prejudicar alguém, com fins políticos, em nosso nome, para nos vangloriarmos, para sermos vistos pelas pessoas. Se o fazemos com essa mentalidade não há amor.
Aquilo que fazemos sem amor pouco é aproveitado, não nos sacia. Assim como nosso corpo tem necessidade de se alimentar, o mesmo ocorre com nossa alma, ela precisa de alimento. Só o amor nos torna imunes à maldade que tenta entrar em nossa alma. O amor não é um sentimento, não é uma paixão, estas são coisas distintas. Quando nós amamos alguém estamos a favor dessa pessoa, pois o amor pensa no outro, ao passo que a paixão pensa em si mesma. O amor alimenta a alma; a paixão a consome.
O amor traz em si características que são próprias dele. Ser paciente, esperar o processo do outro, a lentidão do outro. Se não amamos não temos paciência, pois o processo do outro nos faz sofrer. Quem ama tem paciência e espera pelo outro.
Para curarmos a maldade que sai da nossa boca é preciso pensar bem dos outros, querer o bem deles e lhes fazer o bem, como nos ensina Dom Bosco. O amor não tem inveja, quando você se perceber tendo inveja de alguém se pergunte: "Por que eu não amo essa pessoa?" O amor expulsa a inveja, ele não é presunçoso nem se enche de orgulho (cf. I Cor 13, 1-13).
Tudo o que não é amor em nossa vida é pecado. Quando lançamos raízes no amor até rezamos pelos nossos inimigos. Quando dizemos que Deus é amor e que Ele nos ama, estamos dizendo que Ele tem paciência conosco, que Ele não está interessado em nossos bens, porque o Senhor nos ama e não tem raiva de nós, nem se alegra com os nossos sofrimentos. Ele se alegra quando nós nos encontramos com a verdade.
Meu Deus acredita em mim, mesmo quando eu não acredito em mim mesmo. Meu Deus me espera e de mim espera tudo de bom. O amor jamais acabará. O amor sobrepõe todas as paixões.
(Texto de Márcio Mendes - Com. Canção Nova)

Santo do Dia

São Luís Gonzaga
Luís nasceu no dia 9 de março de 1568, na Itália. Foi o primeiro dos sete filhos de Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione delle Stiviere e sobrinho do duque de Mântua. Seu pai, que servia ao rei da Espanha, sonhava ver seu herdeiro e sucessor ingressar nas fileiras daquele exército. Por isso, desde pequenino, Luís era visto vestido como soldado, marchando atrás do batalhão ao qual seu pai orgulhosamente servia.
Entretanto, Luís não desejava essa carreira, pois, ainda criança fizera voto de castidade. Quando tinha dez anos, foi enviado a Florença na qualidade de pajem de honra do grão-duque de Toscana. Posteriormente, foi à Espanha, para ser pajem do infante dom Diego, período em que aproveitou para estudar filosofia na universidade de Alcalá de Henares. Com doze anos, recebeu a primeira comunhão diretamente das mãos de Carlos Borromeu, hoje santo da Igreja.
Desejava ingressar na vida religiosa, mas seu pai demorou cerca de dois anos para convencer-se de sua vocação. Até que consentiu; mas antes de concordar definitivamente, ele enviou Luís às cortes de Ferrara, Parma e Turim, tentando fazer com que o filho se deixasse seduzir pelas honras da nobreza dessas cortes.
Luís tinha quatorze anos quando venceu as resistências do pai, renunciou ao título a que tinha direito por descendência e à herança da família e entrou para o noviciado romano dos jesuítas, sob a direção de Roberto Belarmino, o qual, depois, também foi canonizado.
Lá escolheu para si as incumbências mais humildes e o atendimento aos doentes, principalmente durante as epidemias que atingiram Roma, em 1590, esquecendo totalmente suas origens aristocráticas. Consta que, certa vez, Luís carregou nos ombros um moribundo que encontrou no caminho, levando-o ao hospital. Isso fez com que contraísse a peste que assolava a cidade.
Luís Gonzaga morreu com apenas vinte e três anos, em 21 de junho de 1591. Segundo a tradição, ainda na infância preconizara a data de sua morte, previsão que ninguém considerou por causa de sua pouca idade. Mas ele estava certo.
O papa Bento XIII, em 1726, canonizou Luís Gonzaga e proclamou-o Padroeiro da Juventude. A igreja de Santo Inácio, em Roma, guarda as suas relíquias, que são veneradas no dia de sua morte. Enquanto a capa que são Luís Gonzaga usava encontra-se na belíssima basílica dedicada a ele, em Castiglione delle Stiviere, sua cidade natal.