terça-feira, março 20, 2012

Bíblia Sagrada


O CÂNTICO DOS CÂNTICOS

Denomina-se Cântico dos Cânticos (expressão esta que significa: o mais belo dos cânticos) uma coleção de poemas, que originalmente, devem ter sido destinados às solenidades nupciais.

O amor humano, por mais estranho que isso possa parecer, foi escolhido com tema para esses poemas inspirados. O amor que une o homem e a mulher no casamento foi querido por Deus no plano da criação: ele é em si uma coisa boa e digna de ser enaltecida. Por outro lado, as festas núpcias, eram para os antigos judeus uma ocasião propícia para a manifestação de sua fé nos destinos da nação escolhida, que era considerada a esposa do Senhor. Na união dos novos nubentes viam com religiosa alegria como a aliança divina ia se perpetuando. O amor humano tornava-lhes, portanto, um verdadeiro símbolo da aliança divina com seu povo. O Cântico foi considerado e lido pelos judeus, desde a sua origem, como um cântico de amor de Deus para com seu povo, uma comunidade que não dúvida interpretar dessa forma os poemas, compreende perfeitamente que esse amor divino, assim expresso, solicita por sua vez a resposta do amor humano. O cântico prega a fidelidade.

A Igreja cristã, estendendo ainda mais o simbolismo desses hinos, nunca cessou de ver neles uma figura do amor de Cristo para com sua igreja, considerada sua esposa. O cântico celebra então a satisfação única e perfeita que a alma cristã encontra no seu Bem-amado.

Convém por fim mencionar a liturgia da Igreja que se utiliza das palavras do cântico para celebrar o amor da Virgem Santíssima para com seu filho.


***Amanhã falaremos sobre o livro da Sabedoria***

Reflita

“A vida não tem pena de quem não Luta” - Pe. Léo.

Vídeo Especial

O tema do nosso vídeo de hoje é "Como agir num seminário herético, liberal ou Marxista"



Evangelho do Dia

JOÃO 5:1-16

1Houve uma festa dos judeus, e Jesus foi a Jerusalém. 2Existe em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesda em hebraico. 3Muitos doentes ficavam ali deitados — cegos, coxos e paralíticos.
4
De fato, um anjo descia, de vez em quando, e movimentava a água da piscina, e o primeiro doente que aí entrasse, depois do borbulhar da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse. 5Aí se encontrava um homem, que estava doente havia trinta e oito anos.
6
Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” 7O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente”. 8Jesus disse: “Levanta-te, pega tua cama e anda”. 9No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua cama e começou a andar.
Ora, esse dia era um sábado. 10Por isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: “É sábado! Não te é permitido carregar tua cama”. 11Ele respondeu-lhes: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua cama e anda’”. 12Então lhe perguntaram: “Quem é que te disse: ‘Pega tua cama e anda’?” 13O homem que tinha sido curado não sabia quem fora, pois Jesus se tinha afastado da multidão que se encontrava naquele lugar.
14
Mais tarde, Jesus encontrou o homem no Templo e lhe disse: “Eis que estás curado. Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior”. 15Então o homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. 16Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de sábado. 

Hoje, São João nos fala da cena da piscina de Betsaida. Parecia, mais uma sala de espera de um hospital: «Muitos doentes ficavam aí deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, esperando que a água se movesse» (Jo 5,3). Jesus se deixou cair por ali.

É curioso! Jesus sempre está no meio dos problemas. Ali onde há algo para “libertar”, para fazer feliz às pessoas, ali está Ele. Os fariseus, ao contrário, só pensavam em se era sábado. Sua má fé matava o espírito. A má baba do pecado gotejava de seus olhos. No há pior surdo que o que aquele não quer entender.


O protagonista do milagre levava trinta e oito anos de invalidez. «Jesus viu o homem deitado e ficou sabendo que estava doente havia muito tempo. Então lhe perguntou: «Você quer ficar curado?» (Jo 5,6), disse-lhe Jesus. Fazia tempo que lutava em vão porque não havia encontrado a Jesus. Finalmente, havia encontrado ao Homem. Os cinco pórticos da piscina de Betsaida retumbaram quando se ouviu a voz do Mestre: «Jesus disse: ‘Levante-se, pegue sua cama e ande’» (Jo 5,8). Foi questão de um instante.


A voz de Cristo é a voz de Deus. Tudo era novo naquele velho paralítico, gastado pelo desânimo. Mais tarde, São João Crisóstomo dirá que na piscina de Betsaida se curavam os enfermos do corpo, e no Batismo se restabeleciam os da alma; lá, era de quando em quando e para um só enfermo. No Batismo é sempre e para todos. Em ambos os casos se manifesta o poder de Deus através da água.


O paralítico impotente na beira da água, não te faz pensar na experiência da própria impotência para fazer o bem? Como pretendemos resolver, sozinhos, aquilo que tem um alcance sobrenatural? Não vês cada dia, ao teu redor, uma constelação de paralíticos que se “movem” muito, mas que são incapazes de separar-se de sua falta de liberdade? O pecado paralisa, envelhece, mata. Devemos pôr os olhos em Jesus. É necessário que Ele —sua graça— nos submerja nas águas da oração, da confissão, da abertura de espírito. Eu e você podemos ser paralíticos eternos, ou portadores e instrumentos de luz.

 

Formação

NOVO RECOMEÇO
Os sofrimentos são oportunidade pra recomeçar.

O tempo da Quaresma, na prática do cristão, é como a chegada de uma nova vida. É um processo que chamamos de conversão, de transformação, transfiguração e de novo começo. Tudo isso acontece levando-se em conta a forma de vida de Jesus Cristo. É um caminho de vitória, mas que passa pelos compromissos da cruz.

Não é fácil entender o amor de Cristo na cruz, porque nossa cabeça é feita pelo mundo em que vivemos. A palavra “mundo” relativiza aquilo que é relacionado com a palavra “céu”. Deus amou o mundo dando-nos o próprio Filho para nos trazer as condições de vida digna. Isso aconteceu no Seu gesto de doação que culminou na cruz. Dizemos que o mundo é bom. Ele é a natureza onde Deus mora. Até dizemos que ele é bom e nós é que somos ruins. Nós é que o destruímos pelas estruturas perversas, por más administrações, pela corrupção de toda ordem, pela corrida ofegante pelo poder e a busca desenfreada de satisfações momentâneas.

Ter um novo nascimento é fazer acontecer a partilha e a fraternidade verdadeiras, participar da mesa comum fazendo a vontade de Deus “assim na terra como no céu”. Nesta dimensão, os sofrimentos nunca podem ser entendidos como castigo de Deus, mas sim condições de uma doação constante em busca de saúde e vida. Muitas de nossas práticas de hoje nos tornam impuros e indignos de participar do “Banquete do Senhor”. Deixamos que a injustiça nos domine e de ser fiéis aos princípios da vida, “fazendo como todo o mundo faz”. Neste contexto, as ações do cristão devem fazer a diferença no cumprimento da vontade de Deus.

Jesus fala em “nascer de novo”, que acontece na força da cruz. É uma questão de fé, porque quem não crer n'Ele, vai acreditar na força do dinheiro, do poder, do prestígio, da fama e da competição. Crer em Jesus é crer na cruz. O mundo da arrogância odeia a luz e a cruz, e perde o sentido verdadeiro da vida e da verdade.

(Texto de Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba - MG)

Santo do Dia

Santa Maria Josefina do Coração de Jesus Sancho de Guerra
 
Maria Josefina era a primogênita de Barnabé Sancho, serralheiro, e de Petra de Guerra, doméstica. Nasceu em Vitória, Espanha, no dia 07 de setembro de 1842, tendo recebido o batismo no dia seguinte. Ficou órfã de pai muito cedo e foi sua mãe que a preparou para a Primeira Comunhão, recebida aos dez anos. Completou a sua formação e educação em Madri na casa de alguns parentes, e desde muito cedo começou a demonstrar uma grande devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, uma forte sensibilidade em relação aos pobres e aos doentes e uma inclinação para a vida interior.

Regressou a Vitória aos dezoito anos e logo manifestou à sua mãe o desejo de entrar num mosteiro, pois se sentia atraída pela vida de clausura. Mais tarde, costumava dizer: "Nasci com a vocação religiosa". Foi assim que decidiu entrar no Instituto Servas de Maria, recentemente fundado em Madri por madre Soledade Torres Acosta. Com a aproximação da época de fazer sua profissão de fé, foi assaltada por graves dúvidas e incertezas sobre sua efetiva chamada para aquele Instituto. Admitiu essa disposição à vários confessores, chegando até a dizer que tinha se enganado quanto à própria vocação.

Mas, os constantes contatos com o arcebispo de Saragoça, futuro Santo, Antônio Maria Claret e as conversas serenas com madre Soledade Torres Acosta, amadureceram nela a possibilidade de fundar uma nova família religiosa, que se dedicasse aos doentes, em casa ou nos hospitais. E foi assim que aos vinte e nove anos ela fundou o Instituto das Servas de Jesus, na cidade de Bilbao, em 1871.

Depois por quarenta e um anos, foi a superiora do Instituto. Acometida por uma longa e grave enfermidade que a mantinha ou no leito ou numa poltrona, sofreu muito antes de seu transito, sem contudo deixar sua atividade de lado. Através de uma intensa e expressa correspondência, solidificou as bases dessa nova família. No momento da sua morte, em 20 de março de 1912, havia milhares de religiosas, espalhadas por quarenta e três casas. A sua morte foi muito sentida em toda a região e o seu funeral teve uma grande manifestação de pesar. Os seus restos mortais foram trasladados para a Casa-Mãe, em Bilbao, onde ainda se encontram.

Os pontos centrais da espiritualidade de madre Maria Josefina podem definir-se como: um grande amor à Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus; uma profunda adoração do mistério da Redenção e uma íntima participação nas dores de Cristo e na Sua Cruz; e a completa dedicação ao serviço dos doentes, num contexto de espírito contemplativo.

O seu carisma de serviço aos enfermos ficou bem claro nas palavras por ela escritas: "Desta maneira, as funções materiais do nosso Instituto, destinadas a salvaguardar a saúde corporal do nosso próximo, elevam-se a uma grande altura e fazem a nossa vida ativa mais perfeita que a contemplativa, como ensinou o Doutor angélico, São Tomás d'Aquino que falou dos trabalhos dirigidos à saúde da alma, que vêm da contemplação" (Directorio de Asistencias de la Congregación Religiosa Siervas de Jesús de la Caridad, Vitória 1930, pág. 9).

É com este espírito, que as Servas de Jesus têm vivido desde a morte de Santa Maria Josefina. O serviço dos doentes tornou-se, assim, a oblação generosa das suas vidas, seguindo o exemplo da sua Fundadora. Hoje espalhadas pela Europa, América Latina e Ásia, as Servas procuram dar pão aos famintos, acolher os doentes e outros necessitados, criar centros para pessoas idosas, desenvolvendo sempre a pastoral da saúde e outras obras de caridade. Elas também estão presentes em Portugal.

A causa da canonização de madre Maria Josefina começou em 1951; foi solenemente beatificada pelo Papa João Paulo II em 1992 e depois canonizada em 01 de Outubro de 2000, pelo mesmo pontífice, em Roma.