sexta-feira, abril 15, 2011

Evangelho do Dia

JOÃO 10:31-42

Naquele tempo, 31os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32E ele lhes disse: “Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?”
33Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!” 34Jesus disse: “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’?
35Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acre­diteis em mim. 38Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”.
39Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. 40Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41Muitos foram ter com ele, e diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade”. 42E muitos, ali, acreditaram nele. 

Hoje sexta-feira, quando falta só uma semana para celebrarmos a morte do Senhor, o Evangelho nos apresenta os motivos de sua condenação. Jesus tenta mostrar a verdade, mas os judeus o têm por blasfemo e réu de lapidação. Jesus fala das obras que realiza. Obras de Deus que o acreditam, de como pode dar a si mesmo o título de “Filho de Deus”... No entanto, fala desde umas categorias difíceis de entender para seus adversários: “estar com a verdade”, “escutar sua voz”...; fala-lhes desde o seguimento e o compromisso com sua pessoa que fazem com que Jesus seja conhecido e amado "Jesus virou-se para trás, e vendo que o seguiam, perguntou: «O que é que vocês estão procurando?" Eles disseram: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?" (Jn 1,38). Mas tudo parece inútil: é tão grande o que Jesus tenta dizer que eles não podem entender, somente poderão compreender os pequenos e simples, porque o Reino está escondido aos sábios e entendidos.
Jesus luta por apresentar argumentos que possam ser aceitos, mas a tentativa é em vão. No fundo, morrerá por dizer a verdade sobre si mesmo, por ser fiel a si mesmo, à sua identidade e à sua missão. Como profeta, apresentará um chamado à conversão e será rejeitado, um novo rosto de Deus e será esculpido, uma nova fraternidade e será abandonado.
Novamente se levanta a Cruz do Senhor com toda sua força como estandarte verdadeiro, como única razão indiscutível: "Oh admirável virtude da santa cruz! Oh inefável gloria do Pai! Nela podemos considerar o tribunal do Senhor, o juízo do mundo e o poder do crucificado. Oh, sim, Senhor: atraíste a ti todas as coisas quando, A cada dia eu estendia a mão para um povo desobediente (cf. Is 65,2), o universo inteiro compreendeu que devia render homenagem a tua majestade!" (São Leão Magno). Jesus fugirá ao outro lado do Jordão e quem realmente acredita Nele o buscará ali dispostos a segui-lo e a escutá-lo.
 

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