LIVRO DE JÓ
O livro de Jó é uma composição literária estreitamente aparentada com o gênero dramático, cuja ação nos é apresentada numa introdução e numa conclusão em prosa que enquadram um longo poema dialogado.
O autor, aliás desconhecido, situa a sua composição no século V a.C., em lugares e em situações assaz imprecisas. O personagem de Jó era, para os antigos israelitas, uma figura-tipo do justo sofredor. O assunto do poema é o problema do sofrimento.
Três amigos (aos quais mais tarde se ajunta um quarto) apresentam-se a Jó para consolá-lo em suas desgraças – inopinadamente ele se vira privado de todos os seus bens e de seus próprios filhos, ao mesmo tempo que atingido em sua própria saúde. Os amigos de Jó representam as ideias corrente em Israel: o sofrimento é um castigo; todo homem é pecador; apenas porém, com uma ideia nova, a da missão educativa e purificada do sofrimento.
O problema, embora ventilado de todos os lados, permanece sem solução. Ás piedosas e inofensivas consolações que os amigos propõem ao patriarca em seus sofrimentos, Jó responde por uma afirmação de sua inocência e por um apelo incessante feito a Deus, do qual sabe perfeitamente que procedem as suas provações.
Então, Deus mesmo entra em cena: responde a Jó, reconhecendo que ele é u justo, mas que não procedeu com bastante retidão, pretendendo perscrutar os desígnios de Deus. Enviando provações aos homens, o Senhor é ao mesmo tempo justiça e bondade. Ao homem toca humilhar-se com paciência e esperança na sua presença, sem querer desvendar os planos misteriosos do Criador.
Portanto, o problema do sofrimento não foi resolvido totalmente. Cumpria ao homem esperar a satisfatória solução que lhe foi dada pela voluntária paixão e morte de Jesus Cristo; só então é que a mente humana poderia descobrir o sentido divino e eterno do sofrimento e tirar dele não só a conformidade com os decretos divinos, mas ainda verdadeira paz e consolações celestiais.
Esse poema composto num estilo totalmente oriental, estende-se longamente em discursos extenuantes. Entretanto, alguns capítulos podem ser enumerados entre as composições mais belas de toda a Bíblia:
- · O prólogo (cap. 1-2)
- · A primeira queixa de Jó (cap. 3)
- · As lamentações do justo (vários capítulos)
- · O apelo a Deus (cap. 12-14)
- · As obras de Deus e seu governo (cap. 36-37)
- · As palavras de Deus sobre as maravilhas da criação (cap. 38-42).
***Amanhã falaremos sobre o livro dos Salmos***
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